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Impacto do tratamento da apneia obstrutiva do sono na saúde cardiovascular e do sono em parceiros que dormem na mesma cama: Estudo Randomizado SLEEP PARTNERS

Sara Quaglia de Campos Giampá, Sofia F. Furlan, Thiago A. Macedo, Fernanda C. S. G. Cruz, Mayara L. Cabrini, Silvana de Barros, Indira F. B. Azam, Luiz A. Bortolotto, Geraldo Lorenzi-Filho, Luciano F. Drager
INSTITUTO DO CORAÇÃO DO HCFMUSP - - SP - BRASIL, HOSPITAL DAS CLÍNICAS DA FMUSP - São Paulo - SP - BRASIL

Introdução: Estudos prévios sugerem que a apneia obstrutiva do sono (AOS) está associada à prejuízos na qualidade do sono em parceiros que dormem na mesma cama (PARTNERS). No entanto, não se sabe se a AOS e seu tratamento podem ter impacto nos parâmetros cardiovasculares nos PARTNERS.

Métodos: Neste estudo controlado por placebo, pacientes com AOS moderada/grave que tinham PARTNERS foram randomizados para receberem a pressão positiva contínua nas vias aéreas (CPAP) ou placebo (dilatador nasal). No início do estudo e após 3 meses de acompanhamento, os PARTNERS passaram por uma avaliação clínica, questionários de sono, avaliação objetiva do sono com a actígrafia por 1 semana, função endotelial (dilatação mediada por fluxo, FMD) e monitorização ambulatorial da pressão arterial (PA) (MAPA) de 24 horas. Desfecho primário: função endotelial; desfechos secundários: MAPA e parâmetros do sono.

Resultados: Após randomizar 63 pacientes com AOS, igual número de PARTNERS foram incluídos na análise final (idade: 48±10 anos; 79% mulheres; 24% com AOS). No início do estudo, notamos um comprometimento significativo da função endotelial (FMD: 3,2% [-0,1,6,7]) e 50% exibiram alterações no descenso noturno da PA. Os PARTNERS também apresentaram aumento da latência do sono (38,2±26,5 minutos), sinais de fragmentação do sono (34,1±11,0 despertares) e má qualidade do sono (63%). As adesões médias do CPAP e dilatador nasal foram de 5,7±1,78 h/noite e 93,1±12,6%, respectivamente. Comparado ao placebo, 3 meses de CPAP não promoveram diferenças significativas na FMD (Δ:-0,94% [6,03,2,24] vs. Δ:-3,27% [-6,50,1,76], P=0,67). No entanto, os dados do ABPM revelaram diferenças significativas na PA sistólica de 24 horas (CPAP: -0,9±5,2mmHg; placebo: +3,1±8,0mmHg; P=0,03) e na PA sistólica diurna (CPAP: -1,2±5,5mmHg; placebo: +3,8±8,8mmHg; P=0,01). Comparado ao placebo, o CPAP melhorou significativamente a qualidade do sono (P=0,02), reduziu a sonolência diurna excessiva (P=0,01) e mostrou melhoras nos índices de fragmentação de sono dos PARTNERS: tempo de despertar após o início do sono (Δ:+7,4±17,5 vs. Δ:-4,7±20,2min, respectivamente, P=0,002); número de despertares (Δ:+2,8±9,1 vs. Δ:-1,0±9,4, respectivamente, P=0,02). Todos os resultados dos desfechos primário e secundários foram consistentes após a exclusão de PARTNERS com AOS.

Conclusões: Três meses de CPAP em pacientes com AOS moderada/grave, não promoveram melhora significativa na função endotelial nos PARTNERS, mas evitaram o aumento da PA em paralelo às melhorias significantes na qualidade e na fragmentação do sono.

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