Introdução: Inibição da proteína cotransportadora de sódio-glicose tipo 2 (SGLT2) tem benefícios cardiovasculares em pacientes com diabetes mellitus (DM) tipo 2. Os mecanismos responsáveis pelos efeitos benéficos ainda não foram completamente esclarecidos. Estudos sugerem que os inibidores da SGLT2 podem interagir com as sirtuínas, proteínas que modulam processos celulares como sobrevivência, apoptose, autofagia, função mitocondrial e resposta ao estresse. No DM, a sirtuína 3 contribui para melhora da função mitocondrial, estresse oxidativo e resistência à insulina. Poucos investigadores avaliaram os efeitos da inibição da SGLT2 no DM tipo 1. Objetivo: Analisar os efeitos do inibidor da SGLT2 dapagliflozina (Dapa) em ratos com DM tipo 1 na estrutura cardíaca, função ventricular e expressão miocárdica das sirtuínas 3 e 6. Métodos: Ratos Wistar machos foram divididos nos grupos controle (C), C tratado com Dapa (C-Dapa), DM, e DM tratado com Dapa (DM-Dapa). DM foi induzido por injeção de estreptozotocina, 50 mg/kg. Dapa foi adicionada à ração na dose de 10 mg/kg/dia por 16 semanas. A remodelação cardíaca foi avaliada por ecocardiograma ao final do estudo e a expressão proteica das sirtuínas 3 e 6 por Western blot. Análise estatística: ANOVA complementada pelo teste de Tukey ou Kruskal–Wallis e Dunn (p<0,05). Resultados: Dados do ecocardiograma estão apresentados na Tabela. A expressão proteica das sirtuínas 3 e 6 não diferiu entre os grupos. Conclusão: O tratamento com dapagliflozina reduz a dilatação das câmaras cardíacas esquerdas e a hipertrofia do ventrículo esquerdo, atenua a disfunção sistólica e diastólica, e não altera a expressão proteica das sirtuínas miocárdicas em ratos com diabetes mellitus tipo 1.