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Ultrassom após esforço aumenta a detecção de congestão residual de significado prognóstico pré-alta hospitalar por insuficiência cardíaca agudamente descompensada

Flávio Henrique Valicelli, Anderson Donizeti Rodrigues Dias, Sheila Carrara Hermann, Fernando Saraiva Coneglian, Denise Mayumi Tanaka, Henrique Turin Moreira, Marcus Vinicius Simões
HOSPITAL DAS CLÍNICAS DE RIBEIRÃO PRETO - - SP - BRASIL

Introdução: A detecção de congestão antes da alta hospitalar por insuficiência cardíaca agudamente descompensada (ICAD) identifica pacientes com maior risco de eventos após internação. Testamos o uso de ultrassom à beira do leito após esforço sub-máximo pelo teste de caminhada de 6 minutos (TC6m) para aumentar a detecção de congestão residual subclínica em pacientes pré-alta hospitalar (PAH) por ICAD. Métodos: Investigamos 100 pacientes hospitalizados por ICAD dos quais 71 (71%) puderam submeter-se ao TC6m na PAH, idade de 54,8±12,8 anos, 59% masculinos, FEVE = 23% (19,0-28,0), tempo de internação de 11,1±5,8 dias. Pacientes foram avaliados na PAH com ultrassom pulmonar (USP) avaliando 8 campos pulmonares para detecção de linhas B (LB), sendo positivo para congestão se > 1 campo pulmonar mostrasse > 3 LB. O ultrassom de veia cava inferior (USVCI) foi considerado positivo se o calibre expiratório da VCI > 21 mm no repouso e positivo no esforço se houver aumento do calibre e valor final > 21 mm. Desfechos clínicos de uso de furosemida endovenosa (FURO), re-internação por ICAD (REIN) e morte por qualquer causa foram monitorados na fase vulnerável de 90 dias após a alta hospitalar. Resultados: A distância percorrida no TC6m foi 366,0±104,7 m, sendo que 26,8% dos pacientes não atingiram > 300 m. USP em repouso detectou congestão residual em 21 (30%) dos pacientes, sendo que 11 (15,7%) pacientes adicionais foram detectados com USP após esforço. Pelo emprego do USVCI 23 (34,3%) dos pacientes apresentaram acentuação da congestão após esforço. Vinte pacientes (28,2%) apresentaram desfechos na fase vulnerável, sendo 10 (14%) FURO, 9 (12,7%) REINT e 4 (5,6%) mortes. Na análise de regressão de Cox univariada, testando a associação com desfechos clínicos, o USP positivo após esforço apresentou Relação de Risco (RR) = 7,66 (IC 95%: 1,70-34,47), p = 0,008 e USVCI positivo após esforço, RR = 5,97 (IC 95%: 1,37-26,0), p = 0,017 para FURO. Para eventos de IC (FURO ou REIN), o USP positivo após esforço apresentou RR = 6,39 (IC 95%: 1,57-25,75), p = 0,009 e o USVCI positivo após esforço apresentou RR = 4,84 (IC 95%: 1,53-15,29), p = 0,007. Na análise de regressão multivariada, tanto USP quanto USVCI positivos após esforço associaram-se de forma independente a FURO e eventos de IC (tabela). Conclusão: O emprego de USP e USVCI após TC6m amplia a detecção de congestão subclínica em significativa proporção de pacientes em PAH por ICAD, identificando pacientes com maior risco de eventos de IC na fase vulnerável.

 

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