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MIXOMA ATRIAL DIREITO: UM DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL DE DISPNEIA

Miriam M. N. Rocha, Paulo de Lara Lavitola, Flavio Tarasoutchi, Mariana B. S. Borges, Lucas J. N. Tachotti Pires, Daniel S. Santos, Christian K. Carpes
INSTITUTO DO CORAÇÃO DO HCFMUSP - - SP - BRASIL

Introdução: Mixomas atriais são os tumores cardíacos primários mais comuns, geralmente encontrados no átrio esquerdo (AE), podendo também ocorrer no átrio direito (AD), embora com menor frequência (incidência de 70% e 18%, respectivamente). A apresentação desses é distinta, variando desde assintomáticos a sintomas de insuficiência cardíaca (IC), eventos tromboembólicos e obstrutivos. Trazemos um caso de um paciente jovem em investigação de dispneia decorrente de um mixoma atrial direito.

Relato de caso: Homem, 27 anos, previamente hígido, procura o ambulatório por quadro de palpitações iniciado há 1 ano, associado a dispneia classe funcional II de NYHA há 4 meses. Referia, também, dois episódios de síncope com pródromos no período. Negava demais sintomas. Ao exame físico, sem sinais de congestão direita e esquerda. Eletrocardiograma de repouso em ritmo sinusal, Holter 24h com extrassístoles ventriculares raras (densidade < 1%) e teste ergométrico negativo para isquemia. Ecocardiograma (ECO) transtorácico evidenciava fração de ejeção preservada, ausência de valvopatias e presença de imagem ovalada hiperecogênica em AD, de contornos bem definidos, aderido ao septo interatrial, medindo 46 x 35 mm, que se insinua pela via de entrada do ventrículo direito gerando gradiente médio de 3 mmHg, sugestiva de mixoma atrial direito. Paciente jovem, sintomático, sem embolizações prévias, indicado então cirurgia de exérese de mixoma.

Discussão: Os sintomas de pacientes com mixomas variam en função do tamanho e da localização do tumor. Os mixomas de AD são mais raros e podem apresentar-se com sintomas de IC direita e tromboembolismo pulmonar. No caso acima, o paciente foi diagnosticado antes de apresentar sinais de congestão venosa, como hepatomegalia, ascite e edema periférico. Ao exame físico, um murmúrio sistólico de alta intensidade pode ser escutado em casos de tumores móveis, que se insinuam para o ventrículo. O ECO é um importante exame complementar, de fácil acesso e baixo custo, para diagnóstico e seguimento dessa condição, configurando-se como etapa fundamental e primária na investigação de dispneia. A ressonância magnética é útil para avaliar tamanho, localização e morfologia do tumor. A ressecção cirúrgica é a terapia de escolha e deve ser performada no momento do diagnóstico, pelo risco de obstrução valvar e eventos embólicos.

Conclusão: Na investigação de dispneia, patologias primárias cardíacas devem ser consideradas. O ECO, um exame de fácil acesso, é importante para suspeição inicial de mixoma atrial, uma causa rara porém tratável de IC.

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