INTRODUÇÃO: A cardiomiopatia periparto é a principal causa de morbimortalidade não obstétrica no período perinatal. Sua etiologia é desconhecida, tendo relação com fatores genéticos e não genéticos. O diagnóstico é feito entre o último trimestre da gestação e os cinco primeiros meses pós-parto com sintomas de insuficiência cardíaca, em mulher sem cardiopatia prévia, disfunção sistólica com fração de ejeção do ventrículo esquerdo (FEVE) < 45 %, com ou sem dilatação das câmaras cardíacas. RELATO DE CASO: M.E.S, sexo feminino, 22 anos, primigesta, idade gestacional de 32 semanas. Previamente hígida, chega em consulta referindo dor precordial, palpitações e dispneia aos pequenos esforços há 15 dias; refere internação para investigação com ecocardiograma transtorácico (ECOTT) e D-dímero sem alterações. Em consulta, realizado ECG que evidenciou taquicardia sinusal e sobrecarga ventricular esquerda; realizado novo ECOTT que mostrou FEVE por Simpson de 40% e diminuição do strain longitudinal do ventrículo esquerdo (VE) (15%), com padrão heterogêneo (figura 1). Ecocardiograma 4D evidenciou volume diastólico final normal (95ml) e hipocinesia difusa com FEVE de 43% (figura 2). Comunicado o obstetra que optou por parto cesárea, com bom resultado neonatal e rápido desaparecimento dos sintomas de insuficiência cardíaca. No 17° dia de puerpério, realizado novo ECOTT que mostrou melhora da FEVE para 57% (figuras 3 e 4) e normalização do strain longitudinal global do VE (18,1%); o trabalho miocárdico avançado também mostrou melhora de todos os índices. DISCUSSÃO: Uso de ferramentas avançadas de ecocardiografia permitiram diagnóstico rápido e intervenção em momento oportuno na paciente acima descrito; a paciente teve melhora importante da sua patologia com a antecipação do parto e recuperação expressiva da função cardíaca no puerpério. CONCLUSÃO: As técnicas avançadas de ecocardiografia se mostram importantes aliadas para o diagnóstico e intervenção oportuna nos casos de cardiomiopatia periparto.