SOCESP

Tema Livre

TRABALHOS APROVADOS > RESUMO

Características e desfechos clínicos de pacientes com doenças cardiovasculares: análise do registro NEAT

Aline Borlenghi, Giovanna Lippi, Sabrina Moura, Sofia Catellani, Charlene Nascimento, Rodrigo Pedrosa, Ricardo Pavanello, Eduardo Ramacciotti, Renato Lopes, Pedro de Barros
HOSPITAL DO CORAÇÃO - - SP - BRASIL

INTRODUÇÃO: A obesidade é uma condição crônica e multifatorial caracterizada pelo acúmulo excessivo de gordura, associada a um maior risco de diabetes tipo 2 e doenças cardíacas. Apesar da importância clínica, a relação entre o Índice de Massa Corporal (IMC) e eventos cardíacos adversos maiores (MACE) em pacientes com doença aterotrombótica estabelecida ainda requer investigação. MÉTODOS: Trata-se de uma análise transversal envolvendo 1994 pacientes com doenças arteriais periféricas e coronárias estabelecidas do registro NEtwork to control AtheroThrombosis (NEAT), que foram agrupados em categorias de IMC. Foram analisadas variáveis demográficas, status de tabagismo, consumo de álcool, comorbidades, uso de medicações e desfechos clínicos. Análises estatísticas foram realizadas para identificar associações significativas entre o IMC e as variáveis. RESULTADOS: Pacientes com IMC superior a 34,9 apresentaram maior prevalência de diabetes (60,9%), hipertensão (95,3%), doença arterial coronariana (67,2%); além de menor nível de escolaridade e maior histórico de tabagismo. Em relação ao histórico médico neste grupo, houve um número significativo de eventos de infarto agudo do miocárdio (52,3%) e insuficiência cardíaca (35,2%). O uso de ARBs/ACEis, antagonista de receptor de iSGLT2/GLP-1, metformina, insulina, diuréticos tiazídicos, betabloqueadores e bloqueadores dos canais de cálcio aumentam à medida que o IMC cresce, porém o uso de agonistas de GLP-1 foi baixo em pacientes com excesso de peso não diabéticos e sem insuficiência cardíaca, variando de 2,3% a 9,1% entre os grupos. A hospitalização (21,1%) e eventos cardíacos maiores foram mais frequentes em pacientes com IMC elevado.  A mortalidade geral e cardiovascular diferiu entre os grupos, sendo a cardiovascular mais elevada nos indivíduos com IMC ≥ 35. CONCLUSÃO: Os achados reforçam a associação entre IMC elevado e eventos cardiovasculares. A prescrição de agonistas de GLP-1 para não diabéticos com excesso de peso ainda é limitada, possivelmente pelo custo e alternativas terapêuticas, indicando uma possível lacuna terapêutica. A menor escolaridade entre os pacientes com maior IMC reforça o impacto dos determinantes sociais no risco de MACE, destacando-se a necessidade de políticas públicas eficazes para o controle do peso, promoção de hábitos saudáveis e o monitoramento das comorbidades em pacientes com obesidade e doença aterosclerótica estabelecida.

Realização e Secretaria Executiva

SOCESP

Organização Científica

SD Eventos

Agência Web

Inteligência Web
SOCESP

45º Congresso da Sociedade de Cardiologia do Estado de São Paulo

19, 20 e 21 de Junho de 2025