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TRABALHOS APROVADOS > RESUMO

¨Incidência de trombose arterial nos territórios coronariano, cerebrovascular e periférico em pacientes com trombocitemia essencial e sua associação com fatores de risco cardiovascular em uma coorte brasileira¨.

Priscila Nasser de Carvalho, Juliana de Oliveira Martins, Henrique Godoy, Mariane Cristina Gennari de Assis
Hospital de Transplantes Euryclides de Jesus Zerbini - São Paulo - SP - Brasil

INTRODUÇÃO

Trombocitemia essencial (TE) é uma neoplasia mieloproliferativa crônica caracterizada pela expansão clonal de uma célula tronco hematopoiética anormal, preferencialmente plaquetas. A história natural da doença é marcada por complicações hemorrágicas e trombóticas (venosas e principalmente arteriais).

Eventos tromboembólicos são causas significativas de morbimortalidade entre estes pacientes. A primeira manifestação muitas vezes acontece como uma síndrome coronariana aguda.

A patogênese da trombose é multifatorial: tem relação com o aumento da contagem de células sanguíneas, fatores clínicos, alterações no endotélio vascular em resposta à liberação de citocinas inflamatórias e hiperviscosidade, levando a um estado de hipercoagulação. Esse ambiente de inflamação contribui para o desenvolvimento de aterosclerose acelerada.

A terapia se baseia nos escores de risco de trombose. Idade acima de 60 anos e evento trombótico prévio sempre foram considerados fatores para a identificação de pacientes com elevado risco de eventos, porém o IPSET (International Prognostic Score of Thrombosis of TE) passou a considerar também a presença de mutação do gene JAK2 e fatores de risco cardiovascular (CV).

Há poucos dados sobre a incidência de trombose arterial em nossa população e a influência dos fatores de risco CV ainda é pouco discutida.

OBJETIVO

Calcular a incidência de trombose arterial (TA) nos territórios coronário, cerebrovascular e periférico em pacientes com TE e avaliar sua associação com fatores de risco cardiovascular.

METODOLOGIA

Estudo observacional de coorte retrospectivo, de pacientes com TE, acompanhados de 2012 a 2024 em um serviço público de referência em Hematologia.

RESULTADOS

Foram incluídos 298 pacientes, sendo que 59 apresentaram TA e o infarto do miocárdio foi o evento que mais ocorreu. Vide Tabela 1.

Na análise multivariada incluindo idade, presença de mutação JAK e fatores de risco CV, tabagismo (Odds ratio (OR) 3.7 IC 95% 1.89; 7.24, p<0,001), dislipidemia (OR 3.02 IC 1.63; 5.59, p<0,001) e presença de mutação JAK (OR 2.12 IC 1.09; 4.10, p:0.025) foram associados com TA.

Apenas 4 pacientes com TA não tinham fatores de risco CV.

DISCUSSÃO

A TE é uma patologia ainda pouco conhecida do cardiologista, mas que pode levar a grande impacto cardiovascular, pois contribui para o surgimento de TA. Quando concomitante com fatores de risco, principalmente tabagismo e dislipidemia, aumenta o risco de TA, sinalizando a importância do seguimento conjunto entre o hematologista e cardiologista para um melhor prognóstico destes pacientes.

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