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EFETIVIDADE DO PROGRAMA ALIMENTAR CARDIOPROTETOR BRASILEIRO (BALANCE) SOBRE FATORES DE RISCO CARDIOVASCULAR NA PREVENÇÃO SECUNDÁRIA

Camila Belo, Rachel Machado, Renato N. Santos, João Gabriel Sanchez, Fernanda El Khouri, Gabriela da Cruz, Laura Del Chiaro, Ana Luíza de Ávila, Ana Clara Tinós, Angela Bersch-Ferreira
HOSPITAL DO CORAÇÃO - - SP - BRASIL, USCS - Univ. Municipal de S. C. do Sul - São Caetano do Sul - SP - BRASIL, IC/FUC - Inst. Cardiologia do RS - Porto Alegre - RS - Brasil

Introdução: O Programa da Alimentação Cardioprotetora Brasileira (BALANCE) foi desenvolvido como ferramenta de orientação nutricional adaptada à cultura brasileira para o manejo de fatores de risco cardiovascular. O objetivo deste estudo foi avaliar o efeito do BALANCE sobre fatores de risco cardiovascular em indivíduos em prevenção secundária para doença cardiovascular (DCV), após três anos de acompanhamento.

Métodos: Trata-se de subanálise de um ensaio clínico randomizado nacional multicêntrico, do qual 276 participantes com idade ≥45 anos arrolados na região Sudeste foram selecionados. Os participantes foram randomizados em taxa 1:1 para os grupos BALANCE (intervenção) ou controle (orientação nutricional usual), e acompanhados por 3 anos. A qualidade da dieta foi avaliada pelo Índice Dietético BALANCE, e os seguintes fatores de risco foram avaliados: pressão arterial sistólica e diastólica, glicemia de jejum e perfil lipídico. Os dados foram comparados entre a visita basal e de 3 anos por meio de modelos mistos consideando os grupos de tratamento, o tempo e as intervenções do estudo como fatores de interação.

Resultados: No total, 59,1% da amostra foi composta por homens com média de idade de 63,4 ±8,2 anos. A proporção de ex-fumantes foi de 54,7% e 38% tinham obesidade pelo critério de índice de massa corporal ≥30kg/m2. Cerca de 94% apresentavam hipertensão arterial sistêmica, 52% diabetes tipo II e 89% dislipidemias. A qualidade da dieta foi maior no grupo BALANCE, às custas do aumento na ingestão de frutas, legumes, verduras e derivados lácteos desnatados (diferença intervenção – controle: 0,88 pontos [IC95% 0,12 a 1,64]; p = 0,024). Em comparação ao grupo controle, houve redução significativa nas concentrações de colesterol total no grupo BALANCE ao final do seguimento (média final no grupo controle: 163 ±40,7 mg/dL; média final no grupo intervenção: 156,1 ±41,1 mg/dL; diferença intervenção – controle: -9,95 mg/dL [IC95% -18,5 a -1,39]; p = 0,023). Não houve diferença entre os grupos na comparação do efeito da intervenção sobre os demais fatores de risco.

Conclusões: Após três anos de seguimento, a intervenção BALANCE foi superior ao grupo controle na melhora da qualidade da dieta e na redução do colesterol total em indivíduos em prevenção secundária para CVD na região Sudeste do Brasil.

Conflito de interesse: Nenhum.

Financiamento: Programa de Apoio ao Desenvolvimento Institucional do Sistema Único de Saúde (PROADI-SUS).

Palavras-Chave: Doença cardiovascular; prevenção secundária; orientação alimentar e nutricional; qualidade da dieta.

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