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Infarto Agudo do Miocárdio com Artérias Coronárias Não Obstrutivas (MINOCA) em Paciente com Histórico de Neoplasia de Mama em Uso de Tamoxifeno

SOUZA JUNIOR, M. A. C., BARBOSA, I. V., BONASSO FILHO, C., VITAL, K. M.
INSTITUTO DANTE PAZZANESE DE CARDIOLOGIA - - SP - BRASIL

Introdução: O Infarto Agudo do Miocárdio com Artérias Coronárias Não Obstrutivas (MINOCA) é caracterizado por danos no miocárdio sem obstruções ateroscleróticas significativas nas artérias coronárias. O tamoxifeno, usado no tratamento de câncer de mama, pode ser um fator trombótico, favorecendo eventos cardiovasculares. Relatamos o caso de uma paciente com histórico de câncer de mama, em uso de tamoxifeno, que desenvolveu MINOCA com trombo na artéria descendente anterior (ADA).

Metodologia:Estudo descritivo, tipo relato de caso, baseado em informações de prontuário.

Resultados:Paciente feminina, 77 anos, com hipertensão, hipotireoidismo, dislipidemia, pré-diabetes, ex-tabagista e câncer de mama em 2014, tratado com quadrantectomia, quimioterapia, radioterapia e esvaziamento axilar. Em uso de levotiroxina, losartana, hidroclorotiazida, atenolol, tamoxifeno e sinvastatina, com adesão irregular de AAS. Em 14/02/2025, a paciente procurou o pronto-socorro com dor torácica irradiada para o braço direito. O diagnóstico inicial foi IAMSSST, iniciando-se AAS e clopidogrel. No cateterismo, sem doença aterosclerótica significativa, notou-se trombo na ADA, com embolização distal (Figura 1). Realizou-se angioplastia com balão e tromboaspiração (Figura 2), bem-sucedidos, mas persistindo a embolização (Figura 3), iniciando-se tirofibana.

Figura 1.

Figura 2.

Figura 3.

Em ecocardiograma realizado em 15/02/2025, houve redução da fração de ejeção de 64% para 41%, indicando perda de função ventricular. A paciente evoluiu de modo estável, tendo alta com orientações para reabilitação cardiopulmonar e seguimento ambulatorial.

Discussão: O diagnóstico de MINOCA é desafiador pela ausência de obstruções coronárias. O trombo na ADA sugere infarto trombótico, possivelmente relacionado ao tamoxifeno, que pode predispor à trombose, além de fatores como hipertensão, dislipidemia e adesão irregular ao AAS. A redução da fração de ejeção de 64% para 41% destaca o impacto do infarto na função ventricular, sendo essencial o monitoramento para prevenir insuficiência cardíaca.

Conclusão:Este caso destaca a complexidade do diagnóstico e manejo do MINOCA, especialmente em pacientes com múltiplos fatores de risco e uso de tamoxifeno. A angioplastia, tromboaspiração e tirofibana permitiram reperfusão, mas a perda da fração de ejeção evidencia a necessidade de acompanhamento. A relação entre tamoxifeno e risco cardiovascular sublinha a importância de monitorar pacientes com câncer de mama em tratamento hormonal para minimizar o risco trombótico.

 

 

 

 

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