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Comparação entre Densidade de Cálcio Valvar e Escore de Cálcio Valvar na Avaliação da Gravidade da Estenose Aórtica em População Brasileira

Renato Paladino Nemoto, Vitor E. E. Rosa, Lorena M. Corso, Eduardo Gallon, Gabriela L. Sousa, Mariana P. Lopes, João R. C. Fernandes, Roney O. Sampaio, Flavio Tarasoutchi
INSTITUTO DO CORAÇÃO DO HCFMUSP - - SP - BRASIL

Introdução: O Escore de Cálcio Valvar (ECV) é amplamente utilizado na avaliação da gravidade da Estenose Aórtica (EA), especialmente em casos de EA baixo-fluxo, baixo-gradiente (BFBG) e dúvida diagnóstica. Valores acima de 1300UA nas mulheres e 2000UA nos homens correlacionam-se com EA importante. No entanto, o ECV não considera a distribuição do cálcio nem o tamanho da área do anel aórtico (AA), o que pode levar a erros. A Densidade de Cálcio Valvar (DCV), uma medida que relaciona o ECV com a AA (ECV[UA]/AA[cm²]), tem sido proposta como uma alternativa, com bons resultados mas poucos estudos sobre sua aplicação. O objetivo do estudo é avaliar os valores e a correlação entre ECV e DCV com a gravidade da EA em uma população brasileira. Métodos: Estudo unicêntrico, retrospectivo, 587 pacientes consecutivos com EA importante (451), moderada (71) e BFBG (65). Todos foram submetidos a ecocardiograma e angiotomografia de aorta com diferença máxima de 12 meses. Resultados: A mediana de idade foi 79 (73-83) anos, maioria do sexo feminino (50,6%). A superfície corpórea foi 1,74 (1,59-1,88)m². No ecocardiograma, a fração de ejeção foi 61 (55-66)%, enquanto a área valvar aórtica 0,7 (0,6-0,9)cm², e, quando indexada, 0,41 (0,35-0,50)cm²/m². Na tomografia, a AA foi 4,48 (3,92-5,1)cm². Estratificado pelo tipo de EA, nas mulheres, o ECV foi 1701 (862-2267)UA nas moderadas, 2705 (1928-3886)UA nas importantes e 1678 (1133-2235)UA nas BFBG. Nos homens, foi 1953 (1592-2974)UA nas moderadas, 4128 (2910-5958)UA nas importantes e 2238 (1861-3384)UA nas BFBG, com padrões condizentes com a literatura. Pelo tipo de EA, nas mulheres, a DCV foi de 431 (245-594)UA/cm² nas moderadas, 677 (503-970)UA/cm² nas importantes e 398 (281-570)UA/cm² nas BFBG. Nos homens, foi 413 (366-656)UA/cm² nas moderadas, 826 (624-1152)UA/cm² nas importantes e 465 (373-644)UA/cm² nas BFBG. Na análise multivariada, a DCV, e não o ECV, mostrou-se como um fator independente e constante nos diferentes modelos associado à gravidade da EA, conforme o gradiente médio ventrículo esquerdo-aorta (Figura 1). Conclusão: Na avaliação da gravidade da EA, a DCV apresentou uma correlação mais forte e consistente com a gravidade em comparação com o ECV. Sugere-se que a DCV pode ser uma ferramenta mais precisa e robusta nessa avaliação, com implicações no diagnóstico e tratamento, particularmente em casos complexos como BFBG. A variação dos valores entre homens e mulheres reforça a importância de considerar as especificidades populacionais na prática clínica.

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