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Impacto da Hiperglicemia Induzida pelo Estresse na Mortalidade Hospitalar de Pacientes Submetidos a Terapia Fármaco-invasiva no Infarto Agudo do Miocárdio

Attilio Galhardo, Francisco A. Fonseca, Pedro I Moraes, Henrique T Bianco, Bernardo F Garcia, Mayara Garcia, Adriano Caixeta, Maria Cristina Izar
UNIFESP - Univers. Federal de São Paulo - São Paulo - SP - BRASIL

Fundamento: As doenças cardiovasculares são a principal causa de morte no mundo, sendo o infarto agudo do miocárdio (IAM) um evento crítico. A hiperglicemia induzida pelo stress (HIS) em pacientes com IAM está associada a piores desfechos; no entanto, seu impacto naqueles submetidos a estratégias fármaco-invasivas ainda não está claro.

Objetivo: Avaliar o efeito da HIS na mortalidade hospitalar de pacientes com IAM tratados com estratégia fármaco-invasiva.

Métodos: Estudo de coorte retrospectivo analisou 1.613 pacientes com IAM com supra de ST tratados entre 2010 e 2021 numa rede municipal. Os dados foram coletados via REDCap e incluíram características demográficas, fatores de risco, valores laboratoriais e parâmetros angiográficos. A HIS foi estimada com base na razão entre a glicemia na admissão hospitalar (GAH) e a glicemia média estimada (GME) obtida a partir da hemoglobina glicada, calculada como GME = (28,7 * HbA1c) - 46,7, em todos os pacientes [não diabetes (DM), DM e pré-DM]. Análises estatísticas envolveram métodos descritivos, testes do qui-quadrado/exato de Fisher, teste U de Mann-Whitney e regressão logística multivariada para identificar preditores de mortalidade e desfechos adversos. O desempenho do modelo foi avaliado pelo teste de Hosmer-Lemeshow, com resultados apresentados como razões de probabilidades (odds ratios) e intervalos de confiança de 95% (p < 0,05).

Resultados: A HIS foi um preditor significativo de mortalidade, sendo que os não sobreviventes apresentaram níveis mais elevados (p=1,064e-11), independente da condição de não-DM, pré-DM ou DM. O índice glicémico na admissão também foi forte marcador prognóstico (p=1,236e-10), mesmo em não-DM. Outros fatores de risco para mortalidade incluíram idade, fração de ejeção do ventrículo esquerdo, estratégia fármaco-invasiva, fenómeno de no-reflow e acidente vascular cerebral isquémico /hemorrágico. O modelo preditivo apresentou alta precisão (AUC=0,900), com 88,0% de sensibilidade e 79,8% de especificidade.

Conclusão: HIS é marcador prognóstico em pacientes com IAM, mesmo na ausência de DM. Estes achados ressaltam a importância de compreender a relação entre a hiperglicemia de stress e a mortalidade, para mitigar o risco hiperglicémico residual neste contexto.

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