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Taquicardiomiopatia por taquicardia atrial incessante: Relato de caso

Daniel Rodrigues da Silva, Fernando Camargo Pansera, Mariam Elneser Ganem, Paulo Sergio Sani, Raphael França Lacerda de Andrade, Carolina Yamaguti Chaud, Fábio Massayuki Senaga Miyatake
SANTA CASA DE SANTOS - Santos - SP - BRASIL

Introdução:

As Arritmias quando não controladas, podem desencadear a taquicardiomipatia que é uma causa importante da disfunção ventricular esquerda e de insuficiência cardíaca. Os mecanismos fisiopatológicos ainda não são totalmente esclarecidos, mas pode ser consequência da frequência cardíaca elevada, assincronia ventricular ou irregularidade do ritmo.

A taquicardia atrial (TA) é uma arritmia com potencial de desenvolvimento de taquicardiomiopatia. O ritmo é originado a partir da ativação de áreas atriais distintas do nó sinusal, por mecanismo de automatismo, atividade deflagrada ou microreentradas.

Métodos:

Paciente do sexo feminino, 16 anos, hígida. Nega histórico familiar de cardiopatia, tabagismo e etilismo. Admitida no pronto atendimento com queixa de fraqueza e palpitações. Relata que nos últimos 2 meses vinha tendo episódios recorrentes de pré-sincope, dor torácica mal definida associado a cansaço progressivo. Eletrocardiograma - ECG com achados de taquicardia supraventricular, sendo administrada adenosina via endovenosa. Figura 1

Novo ECG evidencia Taquicardia atrial (Figura 2). Administrado metoprolol endovenoso para controle de frequência.

Ecocardiograma transtoracico - ECOTT com fração de ejeção do ventrículo esquerdo (VE) de 26%. Aumento discreto do volume átrio esquerdo, dilatação moderada do ventrículo esquerdo. A função contrátil global do ventrículo esquerdo diminuída devido a presença de hipocinesia difusa importante de suas paredes. Presença de discreto derrame pericárdico.

O controle de frequência com beta bloqueador, não foi efetivo, mantendo quadro de taquicardia atrial incessante, sendo indicada a ablação por cateter de radiofrequência com mapeamento eletroanatômico.

Resultados:

O mapeamento eletrofisiológico do átrio esquerdo e da região do apêndice atrial esquerdo (AAE) evidencia foco no interior do AAE. Após aplicações de radiofrequência a 30 - 40 watts houve interrupção da arritmia. Aplicado estimulação atrial programada e infusão de isoproterenol, sem indução de arritmia.

 

Eletrocardiograma pós-ablação em ritmo sinusal. Figura 3.

 

Após 4 semanas foi realizado novo ECOTT, notasse significativa melhora dos parâmetros, fração de ejeção do VE de 45%, volume atrial é normal e demais cavidades com seus diâmetros conservados. Pericárdio normal.

Conclusão:

A taquicardiomipatia é uma causa importante de disfunção ventricular esquerda e de insuficiência cardíaca que pode ser potencialmente reversível após o controle da arritmia cardíaca. A ablação por radiofrequência é uma alternativa em casos refratários a tratamento clinico.

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