Fundamento: Pacientes pós-infarto agudo do miocárdio (IAM) apresentam maior risco de eventos cardiovasculares, especialmente no primeiro ano de seguimento. A falta de dados sobre linha de cuidado pós-IAM e a ausência de sistematização dificultam o alcance de metas clínicas e laboratoriais, elevando a incidência de eventos cardiovasculares. Este estudo visa avaliar o perfil dos pacientes admitidos com IAM com (IAMCSST) e sem supradesnivelamento do segmento ST em Hospital Universitário e o impacto do seguimento especializado na obtenção das metas e redução de desfechos cardiovasculares no primeiro mês de seguimento.
Métodos: Estudo de coorte unicêntrico com 74 pacientes pós-IAM admitidos entre janeiro e outubro de 2024. Foram realizadas avaliações clínicas e laboratoriais (perfil lipídico e glicêmico) na admissão e 1 mês após evento, além de ecocardiograma transtorácico.
Resultados: Dos 74 pacientes, 70 mantiveram seguimento por 1 mês. Idade média de 63±12 anos, 75,7% do sexo masculino. Os fatores de risco prevalentes foram diabetes mellitus (DM) (39,2%), hipertensão arterial sistêmica (HAS) (70,3%), tabagismo (60,3%, sendo atual em 24,3% e prévio em 36,5%). 16,2% apresentavam doença arterial coronariana prévia. Foi realizada angioplastia transluminal coronária (ATC) em 90%. Apresentaram IAMCSST 71,6%, com tempo porta-balão de 26±45 minutos e trombólise em 32,4%. Ecocardiograma admissão: FEVE<40% em 16,2%; 41-49% em 24,3% e >50% em 58%. Exames admissão (mg/dl): Colesterol total 169,5±46, LDL 111±42, HDL 41±10, VLDL 26±14, Triglicérides (TG) 134±74, Hemoglobina glicada (HBA1C) 6±1%. No primeiro mês de seguimento, a terapia hipolipemiante de alta potência com Atorvastatina 80mg esteve em 78,4% e como a dupla terapia antiplaquetária em 75,7%. Até a primeira consulta, 5,1% apresentaram novas internações (3 anginas instáveis e 1 IAM). Exames primeiro mês (mg/dl): CT 124±26, LDL 70±22, HDL 39±9, VLDL 20±8, TG 107±43, HBA1C 6,5±1,4. 51,5% dos pacientes atingiram LDL<70mg/dl e 17,15% LDL<50mg/dl, com redução de 37% do LDL em relação ao basal.
Conclusão: Esta análise inicial evidencia tabagismo, DM, HAS e sexo masculino como fatores de risco relevantes em pacientes com IAM. O seguimento precoce relacionou-se à boa adesão ao tratamento e redução do LDL. Novos dados em breve estarão disponíveis sobre o seguimento de 6 meses e um ano e seus desfechos.
Palavras-chave: Pós-Infarto Agudo do Miocárdio; Seguimento; Perfil lipídico;