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Protocolo com estratégias relevantes do programa Patient Blood Management reduz terapia de transfusão alogênica e morbimortalidade em cirurgia cardíaca

Santos, AA, Hossne Jr, NA, Gomes, WJ, Guizilini, S, Castro, RM, Silva, GS, Figueiredo, MS, Rodrigues, RC, Panfilio, CE, Céspedes, IC
UNIFESP - Univers. Federal de São Paulo - São Paulo - SP - BRASIL, HOSPITAL BENEFICÊNCIA PORTUGUESA - - SP - BRASIL

Introdução: A terapia transfusional alogênica com concentrado de hemácias (CH), plasma fresco congelado (PFC) e concentrado de plaquetas (CP) tem resultado em maior morbimortalidade e custos hospitalares. Implementar protocolos para gerenciar e conservar o sangue do próprio paciente baseados nos princípios do programa Patient Blood Management (PBM) poderá reduzir transfusões de sangue alogênico e melhorar desfechos clínicos em cirurgia de revascularização miocárdica (CRM). Objetivo: Analisar se a implementação de um protocolo com estratégias relevantes do programa PBM tem impacto na redução de transfusão de sangue alogênico e na morbimortalidade após CRM. Métodos: Estudo de coorte retrospectiva. Um total de 3.564 pacientes submetidos à CRM isolada e eletiva foram estratificados em grupo pré-protocolo (n=2.150 pacientes) e grupo pós-protocolo (n=1.414 pacientes). Durante 18 meses, mediante reuniões de educação médica sobre a prática transfusional com as equipes responsáveis pelas CRMs, foi elaborado e implementado um protocolo com foco em otimizar a hematopoiese e o estado de coagulação, otimizar a hemostasia, minimizar perda de sangue e otimizar a tolerância fisiológica do paciente à anemia. Resultados: Na comparação entre os grupos, a implementação do protocolo associou-se à redução significativa do percentual de pacientes submetidos à transfusão não específica (geral) de hemocomponentes (p <0,001) e às transfusões específicas por CH (p<0,001), PFC (p<0,001) e CP (p=0,001) (figura 1). Observou-se desfecho significativo na redução na mortalidade (4,5% vs 3,1%, p =0,042) e infecção profunda da ferida esternal (p <0,001). A terapia com sangue alogênico mostrou-se associada com aumento significativo de infarto do miocárdio, acidente vascular cerebral, insuficiência renal, fibrilação atrial, ventilação mecânica prolongada (>48 horas), pneumonia (p<0,001) e a um risco quatro vezes maior de óbito (odds ratio [OR] =3,97; p <0,001) e esta chance maior de mortalidade ocorreu de maneira dose-dependente (p <0,001) com cada um dos hemocomponentes (CH, PFC e CP). Mesmo em pacientes de baixo risco de morte (EuroSCORE ≤2 e idade 60 anos) observou-se maior taxa de óbitos após transfusão por CH (p <0,001), PFC (p =0,003) e CP (p =0,024). Conclusão: A implementação de um protocolo contendo estratégias para o diagnóstico e manejo eficaz de anemia e sangramento resultou em impacto positivo por reduzir significativamente a taxa de transfusão de sangue alogênico e por melhorar desfechos clínicos ao reduzir a taxa de infecção e de mortalidade em pacientes submetidos à CRM.

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