O comportamento sedentário está muito presente em pacientes adultos portadores de cardiopatias congênitas. A capacidade física diminuída, em comparação aos seus pares saudáveis, é característico nesta população. O exercício físico domiciliar surge como uma ferramenta fácil e acessível para o combate ao sedentarismo e controle de fatores de risco. Objetivo: Avaliar o efeito do treinamento físico domiciliar na capacidade física, na composição corporal, na qualidade de vida, marcadores metabólicos e inflamatórios, e fluxo sanguíneo muscular nesse conjunto de pacientes. Métodos: A capacidade física foi medida através do teste cardiopulmonar, a composição corporal foi avaliada através da bioimpedância, exames de perfil lipídico e marcadores inflamatórios foram realizados, para avaliar a qualidade de vida foi utilizado o questionário SF-36, pletismografia de oclusão venosa foi utilizada para avaliação do fluxo sanguíneo e condutância vascular. Os pacientes foram randomizados em dois grupos: Grupo controle (GC): que permaneceu sob seguimento clinico e o grupo treinamento físico (GT): que realizou o treinamento físico domiciliar. O treinamento físico domiciliar foi realizado 4 vezes na semana, sessões de 45 minutos, por 12 semanas, através de aulas on-line gravadas. Resultados: Observamos diferença significativa no GT para as variáveis: VO2(L/min), VO2(ml/kg/min), Ventilação pulmonar(L/min), FCmax, VVM(L/min) (p=0,014, p=0,005, p>0,000, p=0,019, p=0,047 respectivamente), para a composição corporal: % de gordura corporal (p=0,011), peso gordo (Kg) (p=0,005), peso de massa magra e metabolismo basal (ambos p=0,012). Não foi observado diferença para o peso e IMC (p=0,427 e p=0,352 respectivamente). Não foi observado diferença significativa para os exames de perfil lipídico e inflamatório para ambos os grupos. Observamos diferença na qualidade de vida, nos domínios capacidade funcional e vitalidade (p=0,022 e p=0,013) para ao GT e aspectos sociais para ambos os grupos (GC: p=0,015 e GT: p=0,013) para o questionário SF-36. Observamos diferenças significativas para o fluxo muscular do antebraço e para a constância vascular para o GT (p=0,008 e p=0,031 respectivamente). Conclusão: O treinamento físico domiciliar melhora a capacidade física de pacientes portadores de cardiopatias congênitas, melhora na composição corporal, qualidade de vida e fluxo sanguíneo e condutância vascular do antebraço.