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Impacto da atorvastatina nas concentrações séricas de estradiol e estrona em mulheres na pós menopausa com doença arterial coronariana crônica: um ensaio clínico randomizado

Nathalia Ferreira de Oliveira Faria, José Rafael de Oliveira , Karen Kuwabara, Célia Strunz, Geni Sampaio, Elizabeth Torres, Luiz Antonio M.César, Antonio de Padua Mansur
INSTITUTO DO CORAÇÃO DO HCFMUSP - - SP - BRASIL, USP- Faculdade de Saúde Pública - SP - SP - BRASIL

 

Introdução: A atorvastatina é amplamente utilizada para reduzir eventos cardiovasculares em pacientes com doença arterial coronariana aterosclerótica crônica (DAC). No entanto, as taxas absolutas de redução desses eventos são menores em mulheres, apesar de serem, em média, mais velhas e apresentarem maior carga de fatores de risco cardiovascular em comparação com os homens. Essa eficácia reduzida pode estar relacionada à influência de medicamentos nas concentrações séricas de estrogênios endógenos. Em mulheres na pós menopausa, a estrona é o estrogênio endógeno predominante e, embora seja menos potente que o estradiol, demonstrou efeitos protetores contra a aterosclerose. Métodos: Trata-se de um estudo randomizado, duplo-cego, controlado por placebo com duração de 60 dias que incluiu 38 mulheres na pós menopausa natural com menos de 70 anos e com DAC crônica. A menopausa natural foi definida como um ano de amenorreia e a DAC na presença de pelo menos uma artéria coronária principal com redução luminal superior a 50%. As participantes foram divididas em: grupo placebo e grupo atorvastatina (80 mg/dia). Antes da randomização, realizaram 40 dias de ‘’washout’’ sem medicamentos hipolipemiantes, mantendo seu padrão alimentar habitual. Avaliações clínicas e laboratoriais foram realizadas no início do estudo e após 60 dias, incluindo triglicerídeos, colesterol total, HDL, LDL, glicose, hemoglobina glicada, proteína C-reativa, estradiol e estrona. Para análise comparativa entre as variáveis basais com as após 60 dias, foi realizado o teste t de Student pareado, nível de significância de p <0,05.Resultados: A idade média foi de 61±5,05 anos, com 17 (45%) no grupo da atorvastatina e 21 (55%) no grupo placebo. A tabela abaixo apresenta os valores médios ± DP para índice de massa corporal (IMC) e concentrações séricas de colesterol total, HDL, LDL, glicose, hemoglobina glicada (HbA1c), proteína C-reativa (PCR), estradiol e estrona em cada grupo. A concentração plasmática de estrona diminuiu significativamente no grupo da atorvastatina, de 3,4±1,3 para 2,8±0,8 ng/mL (p=0,010) (Figura).Conclusão:A atorvastatina reduziu as concentrações séricas de estrona, o que pode, em parte, explicar a menor eficácia das estatinas em mulheres na pós menopausa. Estudos futuros com mais participantes e maior seguimento são necessários para confirmar esses achados e esclarecer os mecanismos envolvidos.

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