SOCESP

Tema Livre

TRABALHOS APROVADOS > RESUMO

Avaliação do Strain Global Longitudinal na Doença Hepática Esteatótica Associada À Disfunção Metabólica

Alberto R. Hüning, Vitor E.E. Rosa, Diogo Piardi, Tainá V. Ferreira, Leonardi Griselli , Daniara V. R. Assis, Marcelo L.C.Vieira, Flavio Tarasoutchi, Angelo A. Mattos, Paulo E. Leães
INCOR-USP - SP - SP - Brasil, UFCSPA - Porto Alegre - RS - Brasil, Santa Casa POA - Porto Alegre - RS - Brasil

Introdução: A doença cardiovascular é a principal causa de mortalidade em pacientes com doença hepática esteatótica associada à disfunção metabólica (MASLD), a qual inclui diferentes estágios: esteatose simples (MASL), esteatohepatite (MASH) e fibrose. Há associação entre MASLD e disfunção sistólica e diastólica, mas faltam evidências sobre o Strain Longitudinal Global (SGL) nos subgrupos da MASLD.

Objetivo: Avaliar o SGL em pacientes obesos com MASLD via ecocardiograma transtorácico (ETT) e nos diferentes subgrupos da doença hepática.

Métodos: Pacientes obesos submetidos à cirurgia bariátrica foram incluídos. Através da biópsia hepática, realizada durante a cirurgia, os pacientes foram classificados em quatro grupos: sem MASLD; MASL; MASH sem fibrose; MASH com fibrose. O ETT pré-operatório avaliou o SGL por análise automatizada, todos os exames antes da cirurgia e com o mesmo software.

Resultados: 92 pacientes foram incluídos (84,8% mulheres, mediana de idade 38 anos): 13 sem MASLD, 34 com MASL, 21 com MASH sem fibrose, 24 com MASH com fibrose. Comorbidades foram similares entre os grupos: hipertensão (39,1%), dislipidemia (81,5%), tabagismo (2,2%), ex-tabagismo (14,1%), síndrome metabólica (3,3%), diabetes tipo 2 (12%). A prevalência de diabetes foi diferente entre os grupos (p=0,044): MASH com fibrose (29,2%), MASH sem fibrose (4,8%), MASL (5,9%), sem MASLD (7,7%), embora com vlaores semelhantes de glicemia de jejum e hemoglobina glicada. Destaca-se que 6,5% dos pacientes tinham HAS não tratada, mas sem diferenças significativas entre os grupos. PAS mediana: 120 mmHg; PAD: 75 mmHg. Maior risco cardiovascular foi estimado em grupos MASH (p<0,05). Disfunção diastólica esteve presente em 4,3%, sistólica em 1,1%, SGL reduzido em 2,2%. Espessamento septal e posterior maiores em grupos MASH (p<0,05). O SGL foi significativamente menor no grupo MASH com fibrose (p=0,011). O valor de corte de -23,6% (figura 1) foi considerado como o de melhor acurácia para comprometimento miocárdico (sensibilidade 63,8%, especificidade 71,1%, AUC 0,66). Na análise multivariada, o SGL foi a única variável que se associou de maneira independente a presença de MASH com e sem fibrose (OR 0,784; p=0,022).

Conclusão: O SGL foi menor nos grupos MASH, associando-se de maneira independente à presença de inflamação e fibrose, podendo se mostrar útil no diagnóstico precoce de acometimento miocárdico em pacientes obesos com MASLD.

Figura 1: Ponto de corte sugerido do SGL do ventrículo esquerdo em pacientes com MASLD

Realização e Secretaria Executiva

SOCESP

Organização Científica

SD Eventos

Agência Web

Inteligência Web
SOCESP

45º Congresso da Sociedade de Cardiologia do Estado de São Paulo

19, 20 e 21 de Junho de 2025