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TRABALHOS APROVADOS > RESUMO

INSUFICIÊNCIA CARDÍACA AVANÇADA DE ETIOLOGIA RARA PRESUMIDA

Felipe Amaro Mantovani, Guilherme Gonçalves Nascimento, Ricardo Otero , Frederico Venancio de Senne, Felipe Cozimo, Joan Kassio Gadelha, Joao Vitor Neves Durães, Guilherme Boni Valente, Ney Valente
HOSPITAL DO SERVIDOR PÚBLICO ESTADUAL - São Paulo - SP - BRASIL

INTRODUÇÃO: O tacrolimus é um imunossupressor utilizado para prevenir a rejeição de enxertos em transplantes de órgãos sólidos. Embora raro, há insuficiência cardíaca de fração de ejeção reduzida (ICFER) induzida por tacrolimus. CASO: Mulher 67 anos, antecedentes de doença renal crônica, hipertensão arterial, diabetes melitus tipo 2, pneumopatia intersticial a esclarecer e transplante hepático há 12 anos por hepatite C. Internada com sintomas de insuficiência cardíaca (IC) perfil B. À admissão BNP >5000, troponinas negativas, cálcio iônico 1,2, e eletrocardiograma sinusal, QRS estreito e alterações de repolarização inespecífica. Durante a internação de 2025, o diagnóstico de IC confirmado após anamnese e ecocardiograma transtorácico (ECOTT), com ritmo regular, fração de ejeção ventricular esquerda (FEVE) de 30%, átrio esquerdo com volume de 45ml/m² e hipocinesia difusa. Não identificadas outras alterações. Ao revisar exames, encontrado ECOTT de maio de 2024, com FEVE de 53%, átrio esquerdo com 42ml/m² e função sistólica preservada, apesar de acinesia no segmento médio-basal ínfero-lateral. Negado histórico de síndrome coronariana e infecções virais recentes mas apresentou episódio de angina pectoris, investigada com cineangiocoronariografia, sem lesões obstrutivas. Na anamnese, identificado o uso de tacrolimus e micofenolato de mofetila. A paciente havia desenvolvido lesão renal aguda, sobrepondo-se à doença renal crônica, necessitando diálise peritoneal intermitente, levando à suspensão temporária do tacrolimus em 2024. Após a suspensão da diálise, as medicações foram reiniciadas. Tratada com manejo medicamentoso para IC com respota clínica satisfatória e alta. DISCUSSÃO: O tacrolimus é utilizado em pacientes submetidos a transplantes de órgãos sólidos. Um dos efeitos adversos mais conhecidos do tacrolimus é a nefrotoxicidade, mas a lesão nos miócitos cardíacos pode ocorrer. No caso da paciente, o diagnóstico presumido de ICFER foi realizado após a exclusão de outras causas, como eventos isquêmicos, doenças hipertensivas, cardiomiopatias e doenças valvulares. As sorologias para hepatite B, doença de Chagas, HIV, sífilis e citomegalovírus foram negativas, com exceção da hepatite C, já conhecida. CONCLUSÃO: A redução significativa da FEVE em um curto período de tempo, associada ao uso de tacrolimus, reforça a hipótese de que o medicamento tenha contribuído para a ICFER. Em paciente que apresenta tal condição, o tacrolimus deve ser considerado no diagnóstico diferencial. 

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19, 20 e 21 de Junho de 2025