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Conhecimento e percepções sobre o papel da inflamação sistêmica e proteína C-reativa de alta sensibilidade na doença cardiovascular aterosclerótica e na doença renal crônica entre cardiologistas: FLAME-ASCVD Brasil

José Francisco Kerr Saraiva, Andrea Carla Bauer, Nancy Toledo Coelho, Caroline Costa de Oliveira, Marco Gelpi
IPECC - Campinas - SP - Brasil, Novo Nordisk - N/A - N/A - Dinamarca

Introdução: O papel da inflamação (IS) na doença cardiovascular aterosclerótica (DCVA) ainda é subestimado, contribuindo para um risco residual significativo de eventos cardiovasculares. O objetivo foi avaliar o conhecimento e as percepções dos cardiologistas sobre o papel da IS e da proteína C-reativa de alta sensibilidade (PCR-as) na identificação e manejo de pacientes com DCVA e doença renal crônica (DRC).

Métodos: O FLAME-ASCVD é um estudo transversal, quantitativo, baseado em um questionário on-line padronizado, conduzido entre 24 de março e 15 de maio de 2023 em 10 países: Austrália, Brasil, China, França, Alemanha, Índia, Itália, Japão, Arábia Saudita e Reino Unido.

Resultados: Foram incluídos 602 cardiologistas, sendo 60 (10%) do Brasil, 241 (40%) da Europa, 60 (10%) do Oriente Médio, 120 (19,9%) do Leste Asiático e 121 (20,1%) da Ásia-Pacífico. Para confirmar o diagnóstico de DCVA e DCVA com DRC, 58% e 37% dos cardiologistas brasileiros usaram a PCR-as, respectivamente. Esse padrão foi semelhante em outras regiões, exceto no Oriente Médio (83% para DCVA e 85% para DCVA com DRC). A testagem para IS variou de 46% na Europa a 98% no Oriente Médio, sendo de 80% no Brasil. As principais razões para usar a PCR-as foram sua eficácia clínica comprovada (Total: 36%; Brasil: 25%) e sua influência nas decisões terapêuticas (Total: 43%; Brasil: 53%). As razões para não usar o biomarcador incluíram a falta de tratamentos disponíveis para IS/não mudança dos resultados clínicos (Total: 26%; Brasil: 10%) e sua variabilidade (Total: 26%; Brasil: 10%). No Brasil, a principal barreira relatada foi a falta de cobertura pelo plano de saúde (32%). Os principais fatores que influenciaram no estabelecimento do teste de PCR-as como padrão foram sua eficácia clínica comprovada (Total: 45%; Brasil: 35%) e a recomendação em diretrizes (Total: 45%; Brasil: 58%).

 

Conclusões: Embora a IS seja um fator de risco significativo para eventos cardiovasculares, sua incorporação na prática clínica varia entre cardiologistas. No Brasil, a PCR-as é utilizada pelos cardiologistas para guiar decisões diagnósticas e terapêuticas, principalmente devido a sua eficácia clínica. No entanto, ainda existem um número expressivo de profissionais que questionam seu impacto no manejo da DCVA, com ou sem DRC. Esses achados mostram a necessidade de educação médica continuada e da padronização no uso de biomarcadores inflamatórios na prática clínica, visando aprimorar a estratificação de risco e o tratamento desses pacientes.

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