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Triglicérides como marcador de risco residual em pacientes com síndrome coronária crônica - Dados de uma coorte brasileira

Pinesi, HT, Moreira, EM, Barbosa, MHM, Calil, JVBFP, Martins, EB, Pitta, FG, Lima, EG, Rached, FH, Serrano Jr, CV
INSTITUTO DO CORAÇÃO DO HCFMUSP - - SP - BRASIL

Introdução: Triglicérides é classicamente considerado como fator de risco cardiovascular. Nos últimos anos, diversas pesquisas utilizando triglicérides como alvo terapêutico foram realizadas, mas o benefício na redução de eventos cardiovasculares foi pequeno ou inexistente. Esse estudo tem como objetivo avaliar triglicérides como marcador de risco residual em uma população com síndrome coronária crônica (SCC) brasileira.

 

Métodos: Pacientes com SCC, definidos como procedimento de revascularização miocárdica prévia (cirúrgica ou percutânea), infarto do miocárdio (IM) prévio ou estenose > 50% em pelo menos uma artéria coronária epicárdica, foram incluídos e acompanhados prospectivamente. O desfecho primário foi o morte por todas as causas. As análises foram feitas por modelos de Kaplan-Meier e de Cox. Triglicérides foram modelados tanto de forma linear, quanto por splines cúbicos restritos. Também foram avaliadas a prescrição, sintomas e exames laboratoriais.

 

Resultados: Foram incluídos 1518 pacientes, sendo 473 (31,2%) mulheres, 904 (59,6%) com IM prévio, , 467 (30,8%) já haviam sido submetidos à revascularização cirúrgica e 714 (47%) a intervenção coronária percutânea. Diabetes foi prevalente em 807 (53,2%) e hipertensão arterial em 1391 (91,6%). Doença renal crônica, definida como ritmo de filtração glomerular abaixo de 60 ml/min/1,73 m², estava presente em 435 (29%) dos casos. Durante o seguimento foram registrados 156 mortes, com uma incidência estimada em 5 anos de 20% (IC95% 17 - 24). Triglicérides não foram associados a morte  quando avaliados isoladamente (variável linear p=0,49; spline p=0,83), nem quando ajustado para o valor de LDL-c e uso de estatina (variável linear p=0,99; spline p=0,84). Não houve interação entre o triglicérides e o LDL-c (p=0,53) nem com idade (p=0,9). Houve interação entre o triglicérides e sexo feminino (p=0,04). A avaliação da relação triglicérides/HDL-c também não se mostrou associada a taxa de eventos (p=0,08) e não teve interação com o LDL-c (0,51).

 

Conclusão: Triglicérides não foi uma variável preditora de eventos cardiovasculares na nossa população de pacientes com SCC nem quando ajustado para o uso de estatina e valor de LDL-c. Nessa população a relação TG/HDL também não foi marcadora de eventos.

 
 
 

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