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Trombose ventricular esquerda: características demográficas, clínicas e evolutivas em serviço terciário universitário.

Roberta Silvério Vaz Lopes, Inacio Antunes Chiconeli, Ana Paula Otaviano, Marco Paulo Cunha Campos, Andre Schmidt
FACULDADE DE MEDICINA DE RIBEIRÃO PRETO - Ribeirão Preto - SP - BRASIL

A presença de trombos no ventrículo esquerdo (TVE) é reconhecida complicação em pacientes pós- infarto agudo do miocárdio e cardiomiopatias dilatadas. Em nosso meio e na literatura em geral, há paucidade de informações sobre sua ocorrência, tratamento com anticoagulação oral (ACO) e desfechos. OBJETIVOS: Descrever a demografia, etiologia, tratamento e desfechos de portadores de TVE e em possíveis candidatos a apresentarem TVE. MÉTODOS: Estudo retrospectivo em serviço terciário universitário com seguimento de até 8 anos em adultos com indicação para ACO para tratamento ou profilaxia de TVE. RESULTADOS: Identificados 188 pacientes, em sua maioria eram do sexo masculino (72,9%), brancos (75,0%), casados (51,6%) e idade média de 59±12 anos (22 a 87 anos). Dezessete pacientes (9,0%) receberam ACO por presença de área acinética extensa. Dislipidemia (89,9%) e tabagismo (60,1%) foram os principais fatores de risco na amostra. Quanto à etiologia, cardiopatia isquêmica (69,1%) e Cardiopatia da Doença de Chagas (14,9%) foram as mais frequentes. O escore CHADSVa2Sc mediano foi 3 (0 a 7) e o escore HAS-BLED mediano foi 1 (0 a 4).  A fração de ejeção média do ventrículo esquerdo (FEVE) foi de 35±12%, com a maioria apresentando redução significativa da FEVE. Naqueles indivíduos sem presença de trombose no ventrículo esquerdo a fração de ejeção foi não significativamente maior (41±12% vs. 35±12%; p=0,14). Ao longo do seguimento, 13 indivíduos apresentaram eventos clínicos isquêmicos possivelmente vinculados com a presença de trombose ventricular esquerda. Destes, 10 (6%) eventos ocorreram entre os 171 portadores de trombo no exame inicial, mas 3 (18%) eventos ocorreram em pacientes sem trombose ventricular identificada no exame inicial (17 pacientes), mas que receberam anticoagulação oral pela presença de extensa área acinética. Oito dos 13 pacientes que tiveram eventos isquêmicos não apresentavam TVE no exame de controle e destes, cinco (62,5%) haviam interrompido a ACO anteriormente ao evento isquêmico. CONCLUSÕES: A presença de trombo em ventrículo esquerdo não é evento raro e demanda atenção para a ocorrência de eventos isquêmicos mesmo em uso de ACO. A presença de grande área acinética também favoreceu a ocorrência de eventos isquêmicos em proporção significativa. Há que ser mais bem caracterizada a duração da ACO, pois houve grande número de eventos naqueles que a interromperam por resolução do trombo, sugerindo que as premissas para formação de trombo permanecem.

 

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