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Parada cardiorrespiratória e oclusão da artéria descendente anterior uma semana após infarto do miocárdio sem lesões coronarianas obstrutivas em paciente com hiperhomocisteinemia

Maria Fernanda S. Marrelli, Giulio Checchinato Facchini, Clara V. C. Fachini, Gustavo Boros, Erica Oliveira, Lourenço Ligabó, Silvio Gioppato, Alcides Rocha de Figueredo Junior, Helder Joge Andrade Gomes
Faculdade de Medicina de Jundiaí - Jundiaí - São Paulo - Brasil, Hospital São Vicente - Jundiaí - SP - Brasil

Introdução:

A elevação dos níveis plasmáticos de homocisteína (hiperhomocisteinemia) pode ocorrer por fatores hereditários ou adquiridos, sendo considerada um fator de risco independente para eventos cardiovasculares em decorrência de seu efeito aterogênico e pró-trombótico.

 

Descrição do caso:

Mulher de 55 anos, sem fatores de risco conhecidos ou antecedentes relevantes prévios, admitida na emergência com quadro de dor torácica em aperto/queimação de forte intensidade, irradiada para mandíbula, com episódios recorrentes iniciados há 20 dias. Realizado Eletrocardiograma (ECG), no qual foi identificado infradesnivelamento de segmento ST em precordiais, e curva ascendente de troponina I (92,4 -> 338,3 -> 1955 ng/L). Foi conduzida como infarto agudo do miocárdio (IAM) sem supra de ST conforme diretrizes e encaminhada para cateterismo cardíaco, o qual demonstrou ausência de coronariopatia obstrutiva (figura 1A). Recebeu alta, após 5 dias, estável e assintomática para realização de ressonância cardíaca e acompanhamento ambulatorial. 

Uma semana após, a paciente voltou a procurar serviço referindo novo episódio de dor precordial, evoluindo na sala de emergência com parada cardiorrespiratória (PCR) em fibrilação ventricular, tratada e revertida após manobras de ressuscitação e desfibrilação. ECG pós PCR evidenciou bloqueio de ramo direito novo e padrão plus/minus de onda T em V2 e V3. Encaminhada para novo cateterismo, que evidenciou oclusão ostial da artéria descendente anterior (DA), e realizada angioplastia com stent na DA com sucesso (figuras 1B e 1C). Paciente permaneceu estável, recebendo alta hospitalar e encaminhada para seguimento no ambulatório de cardiologia.

Ambulatorialmente, em estudo para trombofilias, constatou-se hiperhomocisteinemia (16,4 µmol/L) e nos meses subsequentes outros casos de IAM em familiares de primeiro grau (irmãos entre 40 e 50 anos, saudáveis previamente). Após um ano, a paciente encontra-se estável, em tratamento com clopidogrel, rivaroxabana, rosuvastatina, carvedilol, enalapril, espironolactona, complexo vitamínico incluindo vitaminas B6, B12 e ácido fólico.

 

Discussão/Conclusão

Na ausência de fatores de risco clássicos em pacientes com doença coronariana, a hiperhomocisteinemia deve ser pesquisada como possível causa aterotrombótica. Além do tratamento padrão da aterosclerose, a suplementação de vitaminas B6, B12 e ácido fólico ajudam a atividade da enzima que metaboliza a homocisteína reduzindo seus níveis plasmáticos.

 

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