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IMPACTO DA MANOBRA DE RECRUTAMENTO E INDIVIDUALIZAÇÃO DA PEEP NAS COMPLICAÇÕES PULMONARES PÓS-OPERATÓRIAS EM CIRURGIA CARDÍACA

Natália Coronel, Luciana Camilo, Tiago Xavier, Mariana Ávila
HUPE - UERJ - Rio de Janeiro - Rio de Janeiro - Brasil, IBCCF - UFRJ - Rio de Janeiro - Rio de Janeiro - Brasil

Introdução: A ventilação mecânica protetora desempenha um papel essencial na prevenção de complicações pulmonares pós-operatórias em pacientes submetidos à cirurgia cardíaca. No entanto, a aplicação de uma PEEP fixa após a manobra de recrutamento (MR) não comtempla a variabilidade interindividual da mecânica pulmonar, podendo causar colapso alveolar por PEEP insuficiente ou hiperdistensão pulmonar por PEEP excessiva. O presente estudo avaliou o impacto da individualização da PEEP, ajustada pela menor driving pressure (dP) após a MR, como uma estratégia para otimizar a ventilação e minimizar esses riscos. Desenho e Métodos: Ensaio clínico prospectivo randomizado, aleatorizado e controlado onde foram inseridos pacientes em pós-operatório de cirurgia cardíaca eletiva com uso planejado de CEC entre julho de 2021 e outubro de 2023. Os pacientes foram randomizados em dois grupos: Controle (n=49) e Intervenção (n=48). O Grupo Controle teve a PEEP elevada para 10 cmH2O e, após 5 minutos, foram coletadas as variáveis de mecânica pulmonar e gasometria arterial. O Grupo Intervenção foi submetido a uma MR máxima utilizando PEEP igual a 35 cmH2O e um delta de pressão controlada de 15 cmH2O, atingindo uma pressão inspiratória de 50 cmH2O seguida de titulação decremental da PEEP. Após 5 minutos, foram coletadas as variáveis de mecânica pulmonar e gasometria arterial. As informações para a graduação das CPPs foram obtidas por meio do escore modificado de Kroenke et al, 2015. Resultados: A incidência de CPPs ≥ 3 foi de 40,8% no grupo controle contra 12,5% no grupo intervenção, resultando em uma redução da incidência em 69,4% no grupo intervenção (p=0,002), RR de 3,27 (IC 1,56-6,82), com uma redução absoluta de 28,3%. A incidência de pneumonia foi 70,7% menor (p=0,010) no grupo intervenção (8,3%) em relação ao grupo controle (28,6%), RR de 3,43 (IC 95% 1,34-8,80). O grupo intervenção apresentou medianas menores de dP (6,0 cmH2O vs. 8,0 cmH2O, p<0,001) e maiores de relação PaO2/FiO2 (472 vs. 377, p<0,001). O grupo intervenção não apresentou pneumotórax. O tempo mediano de permanência na UTI foi de 4 dias em ambos os grupos, (p=0,899) e para mortalidade até a alta hospitalar (2,1% no grupo intervenção vs. 6,1% no grupo controle, p=0,317). Conclusão: A utilização da nova estratégia ventilatória se mostrou segura e foi capaz de reduzir a incidência de CPPs em 69,4% (p=0,002), com uma redução absoluta de 28,3%, com uma redução na incidência de pneumonia de 70,7%.

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