SOCESP

Tema Livre

TRABALHOS APROVADOS > RESUMO

Análise Comparativa dos Casos e Óbitos por Miocardite no Período Pré e Pós-Pandemia de COVID-19

José Otávio Leal Macedo, Daniel Rubens Freitas Facundo, Gabriela de Souza Silva, Lorenna Santos Junqueira , Solange de Sousa Andrade
UNAERP – Universidade de Ribeirão Preto - Campus Guarujá - Guarujá - São Paulo - Brasil

Introdução: A miocardite é uma inflamação do miocárdio associada a infecções virais, doenças autoimunes e reações tóxicas, evoluindo para insuficiência cardíaca e morte súbita. A pandemia de COVID-19 gerou preocupação com o aumento de casos, seja pela infecção pelo SARS- CoV-2 ou por outros fatores associados. A identificação de padrões epidemiológicos antes e após a pandemia pode ajudar a entender os fatores que afetaram incidência e letalidade da doença. Este estudo compara os casos e óbitos por miocardite nos períodos pré (2016-2019) e pós- pandemia (2020-2023). Métodos: Estudo de coorte baseado em dados do Sistema de Informações Hospitalares (SIH) e do Sistema de Informações sobre Mortalidade (SIM). Foram analisadas internações e óbitos por miocardite (CID-10: I01.2, I09.0, I40.0-I41.8, I51.4) por ano, sexo, idade e estado. Os dados foram extraídos do DATASUS, tabulados no TabWin e analisados no Microsoft Excel. Resultados: No período pré-pandemia, registraram-se 8.691 internações, caindo para 6.489 no pós-pandemia (-25,34%). A letalidade aumentou de 15,79% para 21,07%, sugerindo maior gravidade dos casos ou dificuldades no acesso ao tratamento. O total de óbitos foi 1.416 em homens e 1.323 em mulheres, com maior mortalidade em idosos acima de 60 anos e 1.652 internações em menores de 1 ano. Os estados com mais internações foram Sao Paulo (2.392), Minas Gerais (1.833) e Pernambuco (1.326), enquanto os maiores numeros de obitos ocorreram em Sao Paulo, Minas Gerais e Bahia. A miocardite infecciosa foi a mais comum, mas apresentou queda após 2020. A mortalidade aumentou no Norte e Nordeste pós-pandemia, enquanto estados do Sul e Sudeste registraram variações menores. O maior número de óbitos ocorreu em 2022, e a menor taxa de internação em 2021, refletindo o impacto da pandemia e possíveis restrições hospitalares. Conclusão: A pandemia reduziu as internações por miocardite, mas aumentou a letalidade, especialmente em idosos. A queda nas internações pode estar relacionada a restrições no acesso à saúde e mudanças nos critérios diagnósticos, enquanto o aumento da mortalidade sugere atraso no diagnóstico ou maior gravidade dos casos. Além disso, as diferenças regionais indicam desigualdades no acesso aos serviços de saúde, podendo ter influenciado os desfechos clínicos. Reforça-se a necessidade de diagnóstico precoce, suporte a vulneráveis e monitoramento da miocardite, considerando o impacto da pandemia e os desafios para o manejo adequado da doença.

Realização e Secretaria Executiva

SOCESP

Organização Científica

SD Eventos

Agência Web

Inteligência Web
SOCESP

45º Congresso da Sociedade de Cardiologia do Estado de São Paulo

19, 20 e 21 de Junho de 2025