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Genética e Remodelamento Cardíaco: O Caso de uma Variante Indeterminada em TTN.

Marcelle Gazzineo Dal Farra Pacífico, Mariane Carvalho de Almeida, Letícia Homsani Belo Pereira, Mayara Caroline Felix, Aline Ayumi Ogusco, Marcela Bruni Ratto de Lima, Marcus Vinicius de Lima, Fernanda Almeida Andrade, Dirceu Rodrigues Almeida
UNIFESP - Univers. Federal de São Paulo - São Paulo - SP - BRASIL

Introdução: A Titina é a maior proteína do corpo humano com mais de 30.000 aminoácidos. Variantes patogênicas no seu gene codificador, o TTN, causam diversas alterações cardiovasculares e neuromusculares. As variantes truncadas do TTN (TTNtv) foram consideradas a causa genética mais comum de Cardiomiopatia Dilatada podendo corresponder, segundo à Sociedade Brasileira de Cardiologia, a 25% e 18% dos casos familiares e esporádicos, respectivamente. 

 

Relato: Mulher, 38 anos, deu entrada em emergência em março de 2022 com quadro de dispneia aos pequenos esforços, queda da saturação de oxigênio, fala entrecortada e edema de membros inferiores. Concomitante ao descarte de outras causas, realizou Ecocardiograma Transtorácico (ECOTT) que demonstrou disfunção sistólica com Fração de Ejeção do Ventriculo Esquerdo (FEVE) de 17% às custas de hipocinesia difusa do Ventrículo Esquerdo (VE), Hipertrofia excêntrica do VE e Disfunção diastólica de grau I. Por histórico prévio de infecção por COVID-19 em 2020 e 2021, suspeitou-se de Insuficiência Cardíaca de Fração de Ejeção reduzida secundária à miocardite viral. Ainda na internação, iniciou tratamento medicamentoso otimizado e foi encaminhada, na alta, para o ambulatório de Insuficiência Cardíaca para investigação etiológica. A Ressonância Magnética de Coração descartou sinais sugestivos de injúria inflamatória (miocardite) e detectou cardiomiopatia dilatada (CMD) importante. Paciente foi então encaminhada ao ambulatório de Cardiogenética sendo realizado exoma que demonstrou variante de significado indeterminado no TTN (c.45089_45091del, p.Glu15030del) em heterozigose. 

 

Discussão: Após discussão clínica, rastreamento de parentes de primeiro grau e seguimento ambulatorial, apesar da classificação conforme ACMG incerta, aguarda-se resultados de familiares para reclassificação. Vale ressaltar que a CMD por variantes em TTN possui boa resposta terapêutica com relação ao remodelamento reverso, fato que ocorreu com a paciente que atualmente encontra-se com FEVE de 65% após início de tratamento e continuidade do mesmo. 

 

Conclusão: A idade é um fator importante para o desenvolvimento das cardiomiopatias. Em uma coorte avaliada com variantes TTNtv, por exemplo, a penetrância aos 40 anos de idade foi acima de 95%. Portanto, a identificação de um familiar com genótipo positivo e fenótipo negativo requer avaliação seriada, principalmente enquanto estiver na idade de maior risco de desenvolver as alterações fenotípicas, visando o tratamento precoce.

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