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Presença de fibroelastoma papilífero em paciente em investigação de hipertensão arterial sistêmica: um relato de caso

Raissa Matias Lewinter, Camila Helena Ruffo, Juliana Sayuri Maia Hirose, Natan Melillo, Guilherme Lima Favaro, Leonardo Izzo Silva, Giovana Pereira Belitardo, Luciano Ferreira Drager, Luciano Moreira Baracioli, Roberto Kalil Filho
HOSPITAL SIRIO LIBANÊS - - SP - BRASIL

Introdução: Os fibroelastomas são o segundo tumor cardíaco benigno mais comum. Eles são geralmente pequenos e assintomáticos, sendo frequentemente identificados de forma incidental em ecocardiogramas transtorácicos (ECO-TT). No entanto, pelo seu potencial embólico, torna-se essencial a identificação e a avaliação da necessidade de abordagem cirúrgica. Descrevemos um caso de fibroelastoma papilar diagnosticado na valva aórtica.

 Relato de Caso: Mulher, 67 anos, em investigação de picos hipertensivos realizou um ECO-TT o qual revelou presença de uma massa homogênea, arredondada, pouco móvel, medindo 1,0 x 0,8 cm, aderida à face ventricular da cúspide coronariana esquerda da valva aórtica, sugestiva de fibroelastoma papilar. Após discussão com o heart time, foi indicada a abordagem cirúrgica. O procedimento foi realizado com suporte de ecocardiografia transesofágica (ECO-TE) e ocorreu sem intercorrências. No pós-operatório, a paciente evoluiu estável, sem comprometimento da função valvar aórtica, sendo encaminhada para seguimento ambulatorial. 

Discussão: Os fibroelastomas são tumores cardíacos pequenos, avasculares e geralmente aderentes à superfície das válvulas cardíacas, sendo aórtica e mitral as mais frequentemente acometidas. Seu tamanho médio é de 0,9 cm, podendo atingir até 7,0 cm. A etiologia ainda não é totalmente compreendida, mas a hipótese mais aceita envolve a formação de microtrombos. No ECO-TT, apresentam aspecto pediculado, móvel, com superfície filamentosa e pontilhada nas margens, além de serem ecolucentes. Embora possam estar associados a fenômenos embólicos, na maioria dos casos, são achados incidentais. O diagnóstico diferencial é fundamental, especialmente para diferenciar fibroelastomas de vegetações infecciosas e trombos. O tratamento é controverso e depende de fatores como sintomatologia, tamanho, mobilidade da massa e risco embólico. Em pacientes assintomáticos e com tumores pequenos, pode-se optar pelo acompanhamento clínico. No entanto, em casos de lesões maiores, móveis ou associadas a eventos embólicos, a ressecção cirúrgica é recomendada. 

Conclusão: Os fibroelastomas papilares, apesar de serem tumores benignos, apresentam risco potencial de complicações embólicas, especialmente quando localizados na valva aórtica. O diagnóstico incidental por ECO-TT é frequente, e a abordagem terapêutica deve ser individualizada. No caso descrito, a ressecção cirúrgica foi indicada devido ao risco embólico aumentado, resultando em um desfecho favorável e sem complicações pós-operatórias.

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