SOCESP

Tema Livre

TRABALHOS APROVADOS > RESUMO

ACIDENTE DE TRABALHO COM EXPOSIÇÃO A MATERIAL BIOLÓGICO EM CARDIOLOGISTAS DO BRASIL NOS ÚLTIMOS 5 ANOS: UM ESTUDO TRANSVERSAL

GLEISON CARLOS ARANTES FILHO, LUISA MARIA RESENDE MORAIS
UNIVERSIDADE FEDERAL DE OURO PRETO - OURO PRETO - MINAS GERAIS - BRASIL

Introdução: O Acidente de Trabalho com Exposição a Material Biológico (ATMBIO) refere-se a todo caso de acidente de trabalho, envolvendo exposição direta ou indireta do trabalhador a material biológico potencialmente contaminado por patógenos, por meio de material perfurocortante ou não. Apesar da evolução na sistematização e fortalecimento de medidas de biossegurança, médicos cardiologistas (clínicos e intervencionistas) ainda são sujeitos a esses acidentes durante procedimentos laborais. Diante disso, o objetivo é analisar a ocorrência, as características demográficas, circunstanciais e desfecho do ATMBIO em médicos cardiologistas entre 2020 e 2024 no Brasil. Métodos: Estudo agregado, observacional e transversal realizado por meio da análise de dados de ATMBIO em médicos cardiologistas entre 2020 e 2024 no Brasil, que foram coletados no Sistema de Informação de Agravos de Notificação. Resultados: Nos últimos 5 anos, houve 167 casos de ATMBIO com médicos cardiologistas no país (33,4 casos/ano ±10). A região Sudeste apresentou 105 casos (63%), Nordeste 27 casos (16%), Sul 24 casos (14%), Centro-Oeste 7 casos (4%) e Norte 4 casos (3%). O sexo biológico predominante foi masculino com 111 casos (66%) e a faixa etária de 30 a 39 anos com 69 casos (41%). Referente à circunstância, 64 casos (38%) ocorreram em procedimento cirúrgico, 30 (18%) em punção, 12 (7%) em administração medicamentosa, 3 (2%) por descarte inadequado, 2 (1%) em reencape e 56 (34%) ignorado/outros. Quanto ao agente, 93 casos (56%) ocorreram com agulha, 9 (5%) com lâmina, 2 (1%) com intracath e 63 (38%) ignorado/outros. Em relação ao material biológico, 137 casos (82%) ocorreram com sangue e 30 (18%) ignorado/outros. Acerca do uso de Equipamento de Proteção Individual (EPI), 138 casos (83%) utilizaram luva, 133 (80%) máscara, 107 (64%) avental e 78 (47%) óculos. Em 74 vezes (44%) foram emitidas a Comunicação de Acidente de Trabalho (CAT). Relativo à evolução, 63 casos (38%) tiveram alta por paciente fonte negativo, 28 (17%) sem conversão sorológica, 11 (7%) com conversão sorológica, 12 (7%) abandonos, 2 (1%) óbitos e 51 (30%) ignorado/outros. Conclusões: Entre 2020 e 2024, o ATMBIO ocorreu predominantemente em médicos cardiologistas do sexo masculino, recém-especializados e na região Sudeste, durante procedimentos cirúrgicos associados à agulha e ao sangue. O uso de EPI tem alta adesão e a CAT foi emitida na menor parte das vezes, apesar da obrigatoriedade prevista no Art. 22 da Lei 8.213/1991. Por fim, tal quadro tem bom prognóstico, haja vista o baixo número de desfechos graves e fatais.

Realização e Secretaria Executiva

SOCESP

Organização Científica

SD Eventos

Agência Web

Inteligência Web
SOCESP

45º Congresso da Sociedade de Cardiologia do Estado de São Paulo

19, 20 e 21 de Junho de 2025