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Tratamento Híbrido na Valvopatia Aórtica Grave: Uma Estratégia Eficaz em Paciente de Alto Risco

BATISTA, J.B.R, BATISTA, D.L.R, VALENTINI, A.S, PEREIRA, A.C.D, BESTETTI, R.B, NORONHA, L. T. S, CASTRO, N.A.M, OLIVEIRA, R.M, SOUZA, L.B
UNAERP - Universidade de Ribeirão Preto - Ribeirão Preto - São Paulo - Brasil

Introdução:
A estenose aórtica (EAo) é a valvopatia mais comum em idosos, associada a insuficiência cardíaca e alta mortalidade. Sua associação com insuficiência cardíaca, eventos isquêmicos e mortalidade elevada reforça a necessidade de estratégias terapêuticas individualizadas. Em pacientes de alto risco cirúrgico, a abordagem híbrida, combinando intervenção percutânea e cirurgia eletiva, pode ser uma alternativa eficaz.

Métodos:
Relato de caso de uma paciente feminina, 73 anos, hipertensa, diabética insulinodependente, tabagista de longa data (30 anos-maço) e com antecedente de AVC isquêmico prévio sem sequelas. Relatava dispneia progressiva há 30 dias, evoluindo para classe funcional IV (NYHA), associada à dor precordial típica intensa (8/10) com irradiação para a mandíbula, sem alívio com nitrato.

Ao exame físico, apresentava sopro sistólico intenso (+++/6) em foco aórtico com irradiação para a fúrcula e carótidas, pulso parvus et tardus, estertores crepitantes bilaterais até o terço médio e edema de membros inferiores (2+/4+).

O eletrocardiograma revelou bloqueio de ramo esquerdo e extrassístoles ventriculares. A radiografia de tórax evidenciou cardiomegalia com inversão de trama vascular. O ecocardiograma mostrou fração de ejeção severamente reduzida (21%), área valvar aórtica de 0,5 cm²/m² e disfunção valvar combinada (estenose aórtica acentuada e insuficiência moderada). O cateterismo cardíaco revelou lesão crítica (80%) na descendente anterior (DA) e gradiente VE-Ao de 35 mmHg.

A paciente foi discutida no Heart Team, com cálculo dos escores de risco cirúrgico (EUROSCORE II: 24,04%; STS PROM: 11,27%), classificando-a como alto risco para cirurgia combinada de troca valvar aórtica e revascularização miocárdica. Optou-se por abordagem híbrida, iniciando com terapia medicamentosa para insuficiência cardíaca e angioplastia da DA.

Resultados:
Após seis meses de tratamento clínico e angioplastia, a paciente apresentou melhora clínica significativa (NYHA I-II). O ecocardiograma mostrou recuperação da fração de ejeção (21% → 62%) e aumento do gradiente médio para 45 mmHg. Com menor risco cirúrgico, foi submetida com sucesso à troca valvar aórtica por bioprótese, recebendo alta em boas condições.

Conclusão:
Este caso demonstra a eficácia da abordagem híbrida na EAo grave em paciente de alto risco. A estratégia permitiu controle da IC e otimização para cirurgia. O trabalho colaborativo entre cardiologistas clínicos, intervencionistas e cirurgiões cardíacos reforça o papel do Heart Team na tomada de decisões, maximizando desfechos e reduzindo mortalidade. 

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