INTRODUÇÃO: A disfunção de bioprótese valvar grave gera necessidade de reintervençāo, seja por cirurgia convencional ou, mais recentemente, por valve-in-valve (ViV). O ViV é indicado sobretudo em pacientes idosos e com alto risco cirúrgico. ViV em pacientes jovens é um procedimento raro. CASO CLÍNICO: Paciente masculino, 44 anos, com valvopatia reumática e histórico de quatro cirurgias cardíacas (mitral e aortica). Piora da classe funcional (IV) ao longo de 2 meses, associado à queda da fração de ejeção de 60% para 26%. Ao exame físico: Pressão arterial 80 x 50 mmHg, pulso 110 bpm, sopro holossistólico ejetivo 3+/6+ e sopro diastólico aspirativa 3+/6+, turgência e refluxo hepato-jugular, pulso em martelo d’água, além de estertores pulmonares. Investigação para cardite e endocardite negativa. Ecocardiograma confirmou disfunção de bioprótese aórtica por rotura de folheto e disfunção biventricular. Prótese mitral normofuncionante. Devido a gravidade do paciente, Euroscore II 10,01%, decidiu-se em Heart team, por realização de valve-in-valve aórtico. Procedimento que ocorreu sem intercorrências e o paciente seguiu em acompanhamento ambulatorial, com melhora sintomática. DISCUSSÃO: O avanço das terapias transcateter tem expandido as indicações do ViV, permitindo sua aplicação em perfis clínicos distintos. Em pacientes jovens, essa abordagem ainda é rara, sobretudo por aspectos relacionados à durabilidade da prótese. CONCLUSÃO: O caso apresentado contribui para a discussão sobre o papel do ViV em outros cenários, ressaltando a importância de protocolos individualizados para o manejo desses pacientes.