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Impactos da intervenção em gratidão na variabilidade da frequência cardíaca em população saudável

Letícia Silva Flôr dos Santos, Ícaro Maia Silva, Isadora de Sá Guimarães, Kelen Carolina Silva Cruz, Matheus da Silva Cardoso, Matheus Nakazato Tinoco, Olívia Espezim Otero Lacoste, Pedro Bastos de Medeiros, André Casarsa Marques, Julio Cesar Tolentino Junior
UNIRIO - Rio de Janeiro - RJ - Brasil

Introdução: A modulação autonômica cardíaca (MAC) refere-se ao equilíbrio dinâmico entre o tônus parassimpático e simpático, refletido na variabilidade da frequência cardíaca (VFC). A redução do tônus parassimpático está associada a piores desfechos cardiovasculares, tornando essencial a investigação de fatores que promovam sua preservação. Estudos em populações com doenças cardiovasculares (DCV) sugerem que a prática da gratidão pode melhorar a MAC, mas essa associação ainda não foi explorada em indivíduos saudáveis. Investigar esse efeito pode abrir caminho para estratégias preventivas inovadoras, com potencial impacto na redução do risco cardiovascular.

Objetivo: Efeito da meditação da gratidão no funcionamento autonômico cardíaco, através da análise da VFC.

Métodos: Estudo de intervenção em que foram incluídos 154 participantes (46 funcionários de Hospital Universitário e 108 estudantes de medicina), com ecocardiograma e Duplex de carótidas normais. Excluídos os com doença atual ou prévia, sintomas cardiovasculares, tabagismo ou uso de medicação. A VFC foi analisada por 5 minutos, através de software acoplado em aparelho de eletrocardiograma. A VFC foi realizada antes e durante protocolo de meditação de gratidão (guiada por áudio padronizado). Foram analisados parâmetros relacionados ao tônus autonômico cardíaco no domínio do tempo- SDNN(ms), pNN50(%) e rMSSD(ms) e no domínio da frequência (HF, LF e relação LF/HF). Para avaliar o efeito desta intervenção na sensação de gratidão, foi aplicado uma escala visual análoga (EVA) de gratidão antes e após a realização da VFC. Na análise estatística (SPSS® 25) o nível de significância foi de 5%. Após teste de Kolmogorov-Smirnov, foi aplicado Teste T ou de Wilcoxon pareados.

Resultados: A idade variou de 18 a 60 anos (27,9 ± 9,9 anos) e 59,1% do sexo feminino. Durante a meditação, houve um aumento dos parâmetros da VFC relacionado ao tônus parassimpático, especialmente  o SDNN (t=-2,47; p=0,001) e o HF (t=-2,1; p=0,04), sem mudança significativa nos parâmetros associados à atividade simpática. Em comparação com EVA de gratidão realizada antes da meditação, houve um aumento significativo no realizado após esta intervenção (t=-4,6; p<0,001), demonstrando efeito na sensação de gratidão.

Conclusão: A intervenção realizada impactou positivamente a MAC, a partir do aumento do tônus parassimpático em relação ao simpático. Este resultado sugere ação benéfica da gratidão em população jovem sem doença prévia. Estudos futuros podem explorar um potencial impacto desta prática na redução do risco cardiovascular.

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19, 20 e 21 de Junho de 2025