Introdução: A fibrilação atrial (FA) é um ritmo ectópico originado no átrio e é considerada a arritmia cardíaca sustentada mais comum na prática clínica por atingir cerca de 2% da população mundial. É classificada em: paroxística, persistente ou permanente. Atualmente, a principal terapia para FA inclui medicamentos, ablação por radiofrequência (ARF), por criobalão (CBA) e por campo pulsado (PFA). No âmbito cirúrgico, o isolamento das veias pulmonares é o padrão ouro no tratamento da patologia, pois o tecido cicatricial interrompe os impulsos elétricos anômalos e corrige a arritmia. Nos últimos estudos, os três métodos apresentaram alta eficácia na resolução desse distúrbio, porém o PFA obteve alguns benefícios sobre os outros. Devido a isso, é notória a necessidade de reavaliar a eficácia dos métodos, para que menores sejam as repercussões da FA na vida do paciente. O atual estudo objetiva comparar os benefícios da ablação por radiofrequência, crioablação e ablação por campo pulsado em pacientes com FA sintomática. Métodos: revisão sistemática, com análise de estudos observacionais. Coletou-se dados nas bases MedLine via PubMed e BVS usando os termos “radiofrequency ablation”, “cryoablation” e "pulsed field”, o que resultou em 83 artigos encontrados. Após a aplicação dos filtros para selecionar artigos gratuitos, publicados em língua inglesa e portuguesa nos últimos 10 anos, 55 estudos permaneceram. Dentre os artigos encontrados, foram incluídos apenas os estudos que compararam os três métodos em pacientes com FA sintomática, resultando em três trabalhos a serem analisados. Resultados: analisou-se três estudos observacionais que acompanharam, no total, 2305 pacientes, pelo período de 1 ano. Dentre esses pacientes, 18,6% (428) foram submetidos à PFA, 40,1% (925) à CBA e 41,3% (952) à ARF. Todos os estudos incluídos relataram uma menor recorrência de FA, taquiarritmias atriais (TA) e menos desfechos graves para os pacientes do grupo PFA, apresentando a estimativa de Kaplan-Meier com 79,3% para PFA, 74,7% com CBA e 72,4% com ARF. A ausência de recorrência foi cerca de 85% para PFA, 73,8% com ARF e 66,2% com CBA. Quanto às vantagens dos procedimentos, entre os três métodos, o PFA foi considerado mais curto, com menos complicações durante a cirurgia e com maiores resultados em pacientes com FA persistente. Conclusão: esses achados sugerem uma maior vantagem no uso do PFA quando comparado aos outros métodos como estratégia no tratamento da FA sintomática, apresentando menores riscos para o paciente, menor tempo de procedimento e menor recorrência de FA e TA.