SOCESP

Tema Livre

TRABALHOS APROVADOS > RESUMO

Eficácia das Terapias Cardioprotetoras na Prevenção da Cardiotoxicidade em Pacientes com Câncer de Mama Tratados com Antraciclinas: Meta-Análise

Isabela Junger Meirelles Aguiar, Danilo Ribeiro, Pedro Henrique Wagner, Hideki Kamitani, Barbara Talah, Laura Meirelles, Helen Beckert, Giovana Benevides, Francinny Kelly , Francisco Moraes
Instituto Dante Pazzanese de Cardiologia - São Paulo - SP - BR

Introdução: A disfunção cardíaca relacionada à terapia do câncer (DCTC), particularmente em pacientes tratados com antraciclinas, como doxorrubicina ou epirrubicina, é uma grande preocupação devido ao potencial de danos cardíacos a longo prazo. Estudos recentes sugerem que a redução na deformação longitudinal global (DLG) pode ser um indicador mais precoce do risco cardiovascular do que a diminuição da fração de ejeção do ventrículo esquerdo (FEVE). O objetivo desta meta-análise foi avaliar a eficácia das terapias cardioprotetoras, incluindo inibidores da enzima conversora de angiotensina (IECA), bloqueadores dos receptores de angiotensina (BRA), beta-bloqueadores e antagonistas neurohormonais, na prevenção da DCTC em pacientes com câncer submetidos à quimioterapia com antraciclinas.

Métodos: Realizou-se uma busca nas bases de dados PubMed, Embase e Cochrane Library para ensaios clínicos randomizados (ECRs) que compararam terapias cardioprotetoras com o tratamento padrão em pacientes com câncer tratados com antraciclinas. A análise dos dados foi realizada por meio de um modelo de efeitos aleatórios, e a razão de chances (RC) e as diferenças médias (DM) com intervalos de confiança de 95% (IC) foram calculadas. A análise estatística foi realizada utilizando o software R, versão 4.4.2.

Resultados: Foram incluídos 14 ECRs com 2.255 pacientes com câncer de mama, dos quais 1.259 (55,83%) receberam terapias cardioprotetoras. Houve uma diferença estatisticamente significativa nos eventos adversos (EAs), com maior risco de EAs no grupo de tratamento (RC 1,74; IC 95% 1,09 a 2,79; p = 0,02; I2: 58,6%). EAs incluíram tontura, hipotensão, náusea, constipação, palpitações, dispneia, diarreia e fadiga. Não foram observadas diferenças significativas na DCTC (RC 0,38; IC 95% 0,10 a 1,46; p = 0,163; I2: 53,9%) ou na DLG (DM -0,173; IC 95% -1,07 a 0,73; p = 0,70; I2: 95,4%). No entanto, houve uma melhora significativa na FEVE (DM 2,04; IC 95% 0,79 a 3,30; p = 0,001; I2: 94,3%), tanto na Delta FEVE quanto na FEVE final (DM 2,02; IC 95% 1,04 a 3,01; p < 0,001; I2: 75,6%).

Conclusões: Esta revisão sistemática e meta-análise demonstrou que as terapias cardioprotetoras resultaram em melhoria significativa da FEVE em pacientes com câncer de mama submetidos à quimioterapia com antraciclinas. No entanto, não houve redução significativa na DCTC nem melhorias na DLG.

Realização e Secretaria Executiva

SOCESP

Organização Científica

SD Eventos

Agência Web

Inteligência Web
SOCESP

45º Congresso da Sociedade de Cardiologia do Estado de São Paulo

19, 20 e 21 de Junho de 2025