Análise epidemiológica dos fatores de risco para doenças cardiovasculares no estado de São Paulo entre 2011 e 2021.
Giovanna Moreira Papini , Ingrid Bortolucci , Guilherme V Gonçalves , Matheus L Alexandre , Lara S Ferraz Egidio, João V Gardelli Trindade, Mariana I Ferreira, Daniel Branco de Araujo , Carlos Gun
UNISA - SP - SP - BR
Introdução: Doenças Cardiovasculares representam a principal causa de mortalidade prematura em todo o mundo. Muitas dessas doenças são evitáveis por terem seus fatores de risco muito bem definidos. Hipertensão arterial sistêmica (HAS), Diabetes Mellitus Tipo 2 (DM2), dislipidemia (LDL alto) e IMC elevado são alguns deles. HAS e DM2, por exemplo, promovem lesão endotelial, um dos componentes da Tríade de Virchow. Por sua vez, LDL alto favorece a aterosclerose, sendo um importante preditivo de doenças como Infarto Agudo do Miocárdio. Já IMC elevado pressupõe uma grande variedade de alterações como as citadas anteriormente, causando, assim, sua forte relação com doenças cardiovasculares. Com isso, entende-se a importância de estudar tais preditivos na gênese de doenças cardiovasculares para que, cada vez mais, pacientes acometidos possam receber a intervenção necessária.
Métodos: O estudo elaborado trata-se de uma análise epidemiológica, descritiva e transversal. Os dados expostos foram obtidos através do banco de projeções Global Burden Disease, do Instituto de Métricas e Avaliação em Saúde (IHME) entre 2011 e 2021, no estado de São Paulo. As variáveis utilizadas foram sexo e faixa etária.
Resultados: O total registrado de óbitos é 857.925. O número de óbitos apresenta uma tendência crescente, com destaque para o aumento entre 2011 e 2021. Em 2011, o número foi de 72.932, e, em 2021, o número subiu para 86.369, representando um aumento de 18,4% em relação a 2011. A maior concentração de óbitos ocorre entre pessoas com 80 anos ou mais, que somam 272.208 óbitos (31,7% do total). Seguem-se as faixas etárias de 75-79 anos, com 106.465 óbitos (12,4%), e 70-74 anos, com 105.512 óbitos (12,3%). Em relação aos sexos, Pressão arterial elevada afeta 240.768 homens e 215.332 mulheres, com mais homens sendo impactados. Colesterol LDL elevado também afeta mais homens (112.710) do que mulheres (81.430). Glicemia alta afeta mais homens (45.458) do que mulheres (37.895). IMC alto também é mais prevalente em homens (64.883) do que em mulheres (59.448).
Conclusões: A partir da análise realizada foi observado um aumento da mortalidade por doenças cardiovasculares entre 2011 e 2021. Além disso, notou-se que o principal fator de risco para doenças cardiovasculares foi a pressão arterial elevada. A idade, o sexo masculino, o LDL-colesterol elevado e a obesidade também permanecem como importantes fatores de risco para a doença cardiovascular.