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Hipertensão arterial resistente e síndrome da apneia obstrutiva do sono: desvendando o perfil clínico, polissonográfico e de imagem de seus portadores

Filho; LHM, Guimarães; PHP , Martins; PN, Schmal; TR, Ouverney; LOC , Júnior; JRC, Galil; AGS, Souza; TGS , Filho; GL
Universidade Federal de Juiz de Fora - Juiz de Fora - Minas Gerais - Brasil

Introdução: A hipertensão arterial resistente (HAR) e a síndrome da apneia obstrutiva do sono (SAOS) coexistem com frequência, impactando repercussões cardiovasculares significativas. Objetivo: Avaliar o perfil clínico, polissonográfico, ecocardiográfico e de ressonância magnética cardíaca entre usuários com HAR associada à SAOS. Métodos: Estudo de corte transversal, realizado num ambulatório de cardiologia do SUS (Sistema Único de Saúde), de janeiro/2023 a dezembro/2024, em que usuários com HAR foram submetidos à avaliação clínica, polissonografia tipo IV (Biologix), ecocardiografia transtorácica e ressonância magnética cardíaca (RMC). A gravidade da SAOS foi definida pelo índice de apneia-hipopneia (IAH), em moderada/ grave, para valores ≥ 15 eventos/hora e leve (valores < 15 eventos/ hora). Inquérito Stop Bang definiu predição de SAOS para pontuações ≥5 pontos. Dados clínicos, antropométricos, laboratoriais e resultados dos exames foram comparados entre os grupos SAOS moderada/ grave (SAOS1) vs Leve (SAOS2). P valor <0,05 foi considerado significativo. Resultados: Foram avaliados 74 pacientes, com 79,7%, do sexo masculino, idade de 58,36±10,21 anos; 45,9% idosos; 63,5%, obesos; pressão arterial sistólica, 143,11±87,36 mmHg; diabetes mellitus, 38,9% e SAOS1, 18,3%. Ao se comparar, usuários com SAOS1 com aqueles com SAOS2, observou-se que não houve dados significativos quanto à parâmetros clinicos, antropométrico ou laboratoriais, mas o Stop Bang pontuou maiores valores entre os de SAOS1 (p< 0,008). Nesta população, pela polissonografia tipo IV: observou-se maior carga hipóxica (p<0,031), menor SpO2 mínima (p<0,014), maior dessaturação (p<0,02), maior índice de dessaturação/hora, assim como maior dessaturação total no sono (p<0,045). Ao ecocardiograma, observou-se um maior diâmetro do septo interventricular (p<0,028) e uma maior relação septo interventricular/ parede posterior do ventrículo esquerdo (PPVE), com p<0,026 entre aqueles com SAOS1.  Na RMC estes usuários apresentaram maior prevalência de fibrose miocárdica isquêmica (p<0,010), maior diâmetro do PPVE (p<0,018) e maior fração de ejeção do ventrículo direito (p<0,008). Conclusão: População com HAR e SAOS1 associadas apresentaram repercussões cardiovasculares mais pronunciadas em comparação àqueles com SAOS2. A sobrecarga hemodinâmica crônica pode elucidar as alterações ecocardiográficas encontradas e em parte, àquelas da RMC. Pela RMC acrescenta-se um olhar mais criterioso na detecção de anormalidades isquêmicas nesta população, muitas vezes, não diagnosticadas e não tratadas.

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