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TRABALHOS APROVADOS > RESUMO

Eixo Intestino-Coração: A Influência da Microbiota Intestinal na Hipertensão Arterial Sistêmica

Nicoli Tony Bou Assi, Christian Gonçalves Sassaki, Julia Kay, Samuel Minucci Camargo
Universidade de Mogi das Cruzes - Mogi das Cruzes - SP - Brasil

INTRODUÇÃO:A hipertensão arterial sistêmica(HAS) é fator de risco para doenças cardiovasculares(DCV),sendo preditor de mortalidade cardiovascular. Nos últimos anos,a microbiota intestinal tem emergido como fator na modulação da homeostase cardiovascular,e com técnicas de sequenciamento, ensaios in vivo e análises clínicas, foi demonstrado que sua composição pode influenciar a pressão arterial e desenvolvimento de DCV,sendo a disbiose associada a patologias como aterosclerose coronariana,HAS e insuficiência cardíaca.Assim,o objetivo desse trabalho é investigar a relação entre a microbiota intestinal e HAS, destacando mecanismos e estratégias terapêuticas.METODOLOGIA:Revisão sistemática de literatura, realizada pela plataforma PubMed,com os descritores “cardiovascular diseases”, “intestinal microbiota” e “arterial hypertension”,resultando 734 artigos.Aplicando-se os filtros “artigos dos últimos 5 anos” e “textos completos e gratuitos”, identificou-se 352 publicações,que após leitura foram selecionadas 5 que abordam de maneira relevante o assunto retratado.RESULTADOS:Indivíduos hipertensos têm alterações em vias metabólicas e menor diversidade microbiana, com aumento de bactérias pró-inflamatórias,como Firmicutes,em detrimento da Lactobacillus.A disbiose intestinal foi associada a disfunção da barreira intestinal e translocação de endotoxinas bacterianas para a circulação sistêmica, promovendo disfunção endotelial e aumento do risco de aterogênese.Um dos principais metabólitos envolvidos nesse processo é o N-óxido de trimetilamina: seus níveis elevados foram correlacionados com maior rigidez arterial,aumento da resposta inflamatória e maior incidência de eventos cardiovasculares adversos.Por outro lado,os ácidos graxos de cadeia curta desempenham papel protetor por meio da interação com receptores que levam à vasodilatação e redução da inflamação sistêmica.A relação é evidenciada pois ao realizar o transplante fecal de camundongos hipertensos em normotensos, observou-se um aumento na pressão arterial, assim, além de uma dieta rica em fibras e do uso de probióticos e prebióticos, o transplante de microbiota fecal surge como alternativa, embora sua aplicabilidade exija mais estudos para estabelecer eficácia cardiovascular.CONCLUSÃOA disbiose intestinal pode contribuir na HAS pela ativação de vias inflamatórias, aumento da permeabilidade intestinal e produção de metabólitos, sendo que os benéficos podem exercer efeitos protetores na função endotelial. Portanto, estratégias terapêuticas para modulação da microbiota surgem como potencial controle da doença.

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