INTRODUÇÃO: O cronotipo influencia os horários de sono e vigília, afetando a saúde metabólica e cardiovascular. Profissionais de saúde frequentemente enfrentam turnos irregulares, levando ao desalinhamento circadiano, fator que pode aumentar o risco cardiovascular. Doenças cardiovasculares são a principal causa de morte globalmente, tornando essencial identificar fatores de risco modificáveis. Estudos indicam que o cronotipo vespertino e o desalinhamento circadiano elevam o risco de doenças cardíacas, impactando resistência à insulina, dislipidemia e hipertensão.
METODOLOGIA: Revisão sistemática seguindo as diretrizes PRISMA. Foram analisados estudos publicados nos últimos cinco anos nas bases PubMed, Scopus e LILACS. Incluíram-se artigos em inglês, português ou espanhol que avaliaram profissionais de saúde adultos e utilizaram marcadores metabólicos como desfecho. Após triagem e exclusão de estudos de baixa qualidade pela Newcastle-Ottawa Scale, nove artigos foram selecionados.
RESULTADOS: Dos 107 estudos identificados, nove atenderam aos critérios de inclusão. A maioria apontou que o cronotipo vespertino está associado a piores marcadores metabólicos, como maior resistência à insulina, perfil lipídico alterado e hipertensão. Profissionais de saúde em turnos noturnos apresentaram risco elevado de síndrome metabólica. O estudo de Bou Serhal et al. (2025) relatou um OR de 2.5 (IC 95%: 1.8-3.4) para doença cardíaca em trabalhadores noturnos com desalinhamento circadiano. Além disso, padrões de sono inadequados foram associados a maior risco de fibrilação atrial e angina pectoris (Zeng et al., 2025). Fatores como dieta inadequada e sedentarismo também amplificam esse risco (Shen et al., 2024). Estratégias como ajustes nas escalas de trabalho e promoção da higiene do sono podem minimizar esses impactos.
CONCLUSÃO: O cronotipo vespertino está associado a maior risco de alterações metabólicas e cardiovasculares em profissionais de saúde, especialmente devido ao desalinhamento circadiano e fatores de estilo de vida. Ajustes na carga horária e educação sobre saúde do sono são estratégias promissoras para reduzir esses riscos. São necessários mais estudos longitudinais para validar essas intervenções e mitigar os impactos negativos do cronotipo na saúde cardiovascular.