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AUMENTO DA MORTALIDADE POR HIPERTENSÃO ARTERIAL NA POPULAÇÃO FEMININA E A RELAÇÃO COM A PANDEMIA DE COVID-19 NO ESTADO DE SÃO PAULO: UMA ANÁLISE EPIDEMIOLÓGICA

Camargo, J.V.S., Sertório, I.M., Borges, V.R., Rabelo, J.V.P., Ribeiro, A.C.B., Segato, M.V., Badoco, L.L., Peixoto, T.O. , Joaquim, L.F.
CBM - Ribeirão Preto/ SP - São Paulo - Brasil

INTRODUÇÃO: Uma característica marcante na fase crítica da pandemia de COVID-19 foi o isolamento social, estabelecido na tentativa de conter a propagação do vírus. Esse aprisionamento em ambiente fechado poderia ter criado um cenário favorável para situações de estresse, fator que impacta negativamente o controle pressórico, relacionando-se com eventual aumento no nº de óbitos por hipertensão arterial (HA). O presente estudo comparou dados de mortalidade de HA no Estado de São Paulo (SP) entre os anos de 2013-2023 e o valor total gasto em atendimentos ao estresse, um dado que indiretamente aponta para maior ou menor incidência desta variável populacional, para compreender se houve algum impacto causado pela pandemia, correlacionando também à variável sexo. MATERIAIS: Fez-se uma análise quantitativa e comparativa, por meio da coleta de dados no Sistema de Informações Hospitalares do SUS (DATASUS), nos anos de 2013-2023, do número de óbitos por HA e do valor total gasto em atendimentos relacionados aos transtornos neurológicos relacionados com estresse, em relação às variáveis sexo e ano de notificação no Estado de SP. A análise estatística foi feita por ANOVA Two-way com post-hoc teste de Holm-Sidak para múltiplas comparações. RESULTADOS: com relação ao nº de óbitos por HA, não se notou influência do ano de notificação entre 2013-2019; porém, um aumento importante no nº de óbitos por HA foi visto durante a pandemia, especialmente no seu momento mais crítico (2020-2021) e de forma mais significativa nas mulheres, com tendência à regressão aos valores pré-pandêmicos a partir de 2022. Notou-se, ainda, que o nº de óbitos do sexo feminino foi mais prevalente em todo o período de análise. Além disso, o valor total gasto em atendimentos relacionados ao estresse aumentou muito no auge da pandemia, exclusivamente nas mulheres. CONCLUSÃO: Ao analisar o nº de óbitos causados por HA no estado de São Paulo em um período que incluiu a pandemia e o pós-pandemia, o presente estudo mostrou: 1-) a mortalidade teve aumento significativo no período mais crítico da pandemia (2020-2021) em ambos os sexos; 2-) o nº de óbitos foi mais prevalente na população feminina em todo o período analisado, com nítido acréscimo no auge da pandemia; 3-) o valor total gasto com atendimentos relacionados ao estresse aumentou com a pandemia exclusivamente nas mulheres. Tais achados podem indicar que a exposição das mulheres às situações de maior estresse durante a pandemia, e que gerou gasto maior com atendimentos de saúde, pode ter impactado profundamente na maior mortalidade nesta população.

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