Introdução: O cigarro eletrônico (CE) foi introduzido no mercado americano e europeu como alternativa supostamente mais segura ao cigarro convencional, embora essa afirmação não tenha comprovação científica. Estudos indicam que o CE também traz malefícios à saúde, devido à presença de nicotina e solventes químicos que causam alterações cardiovasculares, como aumento da frequência cardíaca (FC) e pressão arterial (PA).. Além disso, os solventes elevam o estresse oxidativo, intensificando inflamações e lesões endoteliais. Pesquisas em animais sugerem ainda um potencial efeito aterosclerótico desses líquidos. Assim, o objetivo principal consiste em avaliar os efeitos cardiovasculares dos usuários do CE e elucidar a fisiopatologia das principais injúrias relacionadas. Análise estatística: Este estudo é uma revisão de literatura sobre os efeitos cardiovasculares do uso de cigarros eletrônicos. O desenho do estudo é descritivo, incluindo artigos originais, revisões e meta-análises publicados de 2020 a 2024, nos idiomas português, inglês ou espanhol, disponíveis nas bases PubMed/Medline, SciELO e Lilacs. A seleção envolveu triagem de títulos e resumos, seguida de análise crítica e compilação de resultados relevantes. Resultados: Os CEs classificam-se em sistemas eletrônicos de administração de nicotina (SEAN), cigarros eletrônicos com extrato de canabinoides (CEEC) e sem nicotina. A nicotina nos SEAN varia entre 0,3% e 5%, com taxas >3% associadas a pior prognóstico. Seu efeito aumenta PA e FC em usuários de SEAN e tabaco, além de causar tremores e estado de alerta elevado. Apesar de usuários de CE apresentarem melhores valores de PA e FC que tabagistas, o estado hiperadrenérgico crônico favorece patologias futuras, como infarto agudo do miocárdio, extra-sístoles e aterosclerose. Estudos em animais revelam que SEAN causa lesão endotelial, rigidez arterial, recrutamento de leucócitos e fatores pró-inflamatórios. Metais tóxicos em CEs recarregáveis apresentam cardiotoxicidade comparável ou maior que no tabaco, devido ao desgaste das bobinas. O uso de canabidiol sintético, por sua meia-vida estendida, eleva FC, PA, risco de arritmias, taquicardia, crises hipertensivas, angina, insuficiência cardíaca e isquemia miocárdica. Conclusão: O uso de cigarros eletrônicos impacta negativamente a saúde cardiovascular, destacando-se a necessidade de estudos para aprofundar os mecanismos envolvidos e suas implicações a longo prazo.