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Cardiomiopatia dilatada induzida por esteroides anabolizantes: Relato de caso

Leonardo da Silva Almeida, Júllia Molina Cau, Nathalia Coelho Slywitch
Curso de Pós Graduação Lato Sensu em Cardiologia do Exercício e do Esporte da SBC/INC - Rio de Janeiro - RJ - Brasil

Cardiomiopatia dilatada induzida por esteroides anabolizantes: Relato de caso

Introdução: O uso errôneo de esteroide androgênico anabolizante (EAA) tem sido frequente no meio esportivo, com intuito de aumentar massa muscular e/ou fins estéticos. O uso de forma abusiva de EAA pode causar uma série de complicações, como miocardiopatia dilatada, infarto agudo do miocárdio e morte súbita. Assim, objetiva-se relatar um caso cujo paciente, sexo masculino, 47 anos, previamente hígido, praticante de musculação e que fez uso de EAAs por um ano, desenvolveu insuficiência cardíaca com fração de ejeção reduzida (ICFer), dilatação de câmaras cardíacas e lesão miocárdica difusa sem evidências de coronariopatia ao cateterismo. Métodos: O trabalho foi feito por revisão de prontuário, através de evoluções médicas, métodos diagnósticos e terapêuticos aos quais o paciente foi submetido, além de revisão da literatura. Resultados: Paciente internado com queixa de dispneia progressiva até pequenos esforços/repouso, iniciada há 10 dias, associada à dor torácica, dispneia paroxística noturna e edema de membros inferiores, sem quadro semelhante prévio, sem comorbidades ou histórico familiar de doenças cardiovasculares. Refere uso prévio durante um ano de EAAs (Testosterona, Oxandrolona, Trembolona, Deca Durabolin e Boldenona), cessado há seis meses da internação. Ao eletrocardiograma, apresentou taquicardia sinusal. Em Ecocardiograma, foi evidenciado dilatação acentuada das câmaras cardíacas, hipocinesia difusa e fração de ejeção do ventrículo esquerdo (VE) de 16%, com trombo no VE. O cateterismo cardíaco não demonstrou lesões coronarianas obstrutivas. Durante internamento, foi manejado como ICFer perfil B, recebendo alta hospitalar com terapia medicamentosa otimizada, em perfil A e desenvolvimento de doença renal crônica (DRC). Após 2 semanas, necessitou de nova internação devido a descompensação cardíaca, evoluiu com parada cardiorrespiratória, que foi revertida; subsequente agudização do quadro de DRC,  precisando de terapia renal substitutiva e manejado como ICFer perfil C. Apesar do uso de inotrópicos e drogas vasoativas, evoluiu a óbito após 20 dias. Conclusões: Conclui-se que o paciente em questão, previamente hígido, apresentando como único nexo causal para complicações cardíacas o uso recente de altas doses de EAAs, apresentou desfecho grave, resultando em óbito. Diante disso, percebe-se a importância das orientações quanto ao uso inadvertido e possíveis complicações dos EAAs, bem como acompanhamento médico cardiológico precoce e empático a estes pacientes.

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