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Comunicação interventricular pós infarto agudo do miocárdio: estabilidade prolongada e correção cirúrgica tardia

José Carlos Jucá Pompeu Neto, José Carlos Jucá Pompeu Filho, Flávio Baumgarten Oliveira, Isabella Feitosa Pita Ulisses, Amanda Santiago Moura
Hospital de Messejana Dr. Carlos Alberto Studart Gomes - Fortaleza - Ceara - Brasil, Universidade de Fortaleza - Fortaleza - Ceará - Brasil

Introdução: A comunicação interventricular (CIV) é uma complicação mecânica que ocorre em cerca de 0,27% dos casos de infarto agudo do miocárdio com supradesnivelamento do segmento ST (IAMCSST). Os pacientes com essa condição apresentam elevada mortalidade, a qual pode chegar a 30%. Descrição do caso: Homem de 78 anos, com antecedente de hipertensão arterial sistêmica, fora admitido em pronto-socorro na cidade de Manaus-Am com sintomas anginosos que haviam se iniciado cerca de 9 horas antes da admissão. Na ocasião, realizara eletrocardiograma constatando IAMCSST acometendo a parede ântero-septal, motivo pelo qual fora submetido a trombólise química. Três dias após a admissão, fizera ecocardiograma transtorácico (ECOTT), o qual revelara disfunção sistólica moderada do ventrículo esquerdo (VE) com fração de ejeção ventricular esquerda (FEVE) de 40%. Duas semanas após a trombólise, realizara cateterismo cardíaco, evidenciando oclusão total da artéria descendente anterior. Quatro semanas após o IAMCSST, o paciente apresentara episódio de síncope, procurando atendimento médico no dia seguinte. Nesse momento, fora evidenciado em ECOTT um grande aneurisma da região apical do VE e a presença de solução de continuidade em segmento apical septal, medindo 0,9 cm no maior diâmetro, com shunt esquerdo-direito compatível com CIV pós-infarto. Por este motivo, o paciente se dirigira ao Hospital de Messejana, em Fortaleza-Ce, onde fora internado cerca de 6 meses após o infarto, sendo admitido clínica e hemodinamicamente estável, sem queixas. Realizara eletrocardiograma, o qual revelara supradesnivelamento do seguimento ST em parede antero-septal com presença de ondas Qs patológicas de V1 a V5. O novo ECOTT, realizado no dia de sua nova admissão, confirmara o diagnóstico. Durante a internação, o paciente permanecera em uso diário de sacubitril-valsartana, dapagliflozina, rosuvastatina, carvedilol, espironolactona e clopidogrel. Evoluíra hemodinamicamente estável, assintomático, tendo sido submetido a correção cirúrgica da CIV e do aneurisma apical. Conclusão: Este caso apresenta a singularidade de ter evoluído de forma favorável, apesar da constatação de que uma CIV pós-infarto é uma complicação de alta morbimortalidade. Apesar da lesão septal e do aneurisma ventricular, o paciente permanecera hemodinamicamente estável,  realizando seu procedimento cirúrgico apenas 6 meses após a constatação da CIV. O manejo medicamentoso fora relevante para esta evolução menos habitual, possibilitando o controle dos sintomas da insuficiência cardíaca até o momento da cirurgia. 

 

 

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