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Associação entre Encefalopatia Crônica Não Evolutiva e o Desenvolvimento de Endocardite Infecciosa em UTIs Pediátricas: Uma Análise de Fatores de Risco, Perfil Microbiológico e Desfechos Clínicos

Kevin Steven Philippart, Kelly de Sá Amaral, Carolina Callejon Losada, Victória Meirelles Honorato , Caio Lilla
Universidade Nove de Julho - São Paulo - SP - Brasil

NTRODUÇÃO: A encefalopatia crônica não evolutiva (ECNE), condição neurológica estática associada a comorbidades e internações prolongadas em UTIs pediátricas, aumenta o risco de infecções nosocomiais devido à imobilidade, uso de dispositivos invasivos (ex.: cateteres) e exposição a antibióticos de amplo espectro. A endocardite infecciosa (EI), complicação grave com alta mortalidade (até 35,5%), tem como principais patógenos *Staphylococcus aureus* e *Enterococcus* spp. Este estudo investiga a relação entre ECNE e EI, identificando fatores de risco, perfil microbiológico e desfechos clínicos. MÉTODOS: Estudo de coorte retrospectiva multicêntrica (2015-2025) com 2.600 pacientes pediátricos (0-18 anos) com ECNE confirmada e suspeita/confirmação de EI (critérios de Duke modificados). Analisaram-se dados demográficos, comorbidades (cardiopatias, insuficiência renal), uso prévio de antibióticos (vancomicina), dispositivos invasivos, tempo de internação, patógenos em hemoculturas/ecocardiogramas e desfechos (mortalidade, cirurgia cardíaca, complicações). ANÁLISE ESTATÍSTICA: Regressão logística identificou preditores de EI; o escore EURO-ENDO estratificou risco de mortalidade em 30 dias. Razões de chances (OR) e IC95% foram calculadas (R Studio 4.3.1 e SPSS 28.0; p<0,05). RESULTADOS: 68% dos casos de EI ocorreram em pacientes com múltiplas internações: 82% usavam cateteres e 74% receberam antibióticos prévios. Principais patógenos: Enterococcus resistente à vancomicina (19%), *S. aureus* (29,3%) e Streptococcus spp. (23,8%). Complicações como insuficiência cardíaca aguda (58%), embolização sistêmica (45%) e abscesso miocárdico (21,6%). A cirurgia cardíaca foi necessária em 83,4%, com mortalidade intra-hospitalar de 25%. Fatores de risco significativos: uso prolongado de vancomicina (OR=3,1), cateteres (OR=4,2) e insuficiência renal (OR=2,8). CONCLUSÃO: Pacientes com ECNE em UTIs pediátricas têm alto risco de EI, associado a procedimentos invasivos e patógenos multirresistentes. A prevalência de Enterococcus resistente e S. aureus exige antibioticoterapia dirigida e vigilância microbiológica. Cirurgia precoce e uso do escore EURO-ENDO podem melhorar desfechos, reduzindo mortalidade. Estratégias preventivas, como higienização rigorosa de dispositivos e uso racional de antimicrobianos, são essenciais para mitigar complicações nessa população vulnerável. 

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