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DISSECÇÃO AÓRTICA SUBAGUDA SECUNDÁRIA A AORTITE CLINICAMENTE ISOLADA: RELATO DE CASO COM FOLLOW UP

Nathalia Rodrigues Perrenoud Branca , Maria Eduarda Vieira Ribeiro Garcia, Tássia Cristina Duarte, Luiz Gustavo Betito de Souza, Ian de Almeida Pernambuco Sachs, Thiago Yuzo Hazuma, Paula de Mello, Tiago Mansur Kobbaz, Elisa Fernandes de Melo, Ruy Felipe Melo Viegas
Hospital Universitário de Taubaté - Taubaté - SP - Brasil

Introdução: A aortite envolve desordens que implicam a inflamação na aorta, de etiologias diversas. Trata-se de aortite clinicamente isolada (ACI) os casos diagnosticados por análise patológica e radiológica, na ausência de vasculite sistêmica. O presente artigo tem como objetivo relatar o follow up de um caso de ACI envolvendo uma dissecção aórtica subaguda com achado histológico compatível com aortite autoimune inflamatória.

Relato de caso: Sexo feminino, 42 anos, asiática, sem fatores de risco para doença arterial coronária, apresentou dor torácica súbita com irradiação para membro superior esquerdo e região cervical, associado a êmese e sudorese em 2023. Foi atendida em emergência, com exclusão de síndrome coronariana aguda. A tomografia de tórax e a angiotomografia de coronária evidenciaram dissecção aórtica tipo B retrógrada, corrigida com endoprótese vascular em julho de 2023. Dado a persistência sintomática, nova angiotomografia foi realizada e revelou úlcera de aorta ascendente e dissecção aórtica tipo A, sendo indicado a troca da aorta ascendente por prótese tubular valvulada e reimplante de coronárias em agosto de 2023. Observou-se aorta friável no intraoperatório. O exame histopatológico de fragmento aórtico revelou infiltrado inflamatório linfocitário e medionecrose cística, confirmando aortite isolada. Causas infecciosas foram excluídas. Após a segunda intervenção cirúrgica, os sintomas persistiram. Realizado tratamento com prednisona e metotrexato, resultando em melhora clínica parcial. Visando otimização terapêutica, iniciado adalimumabe em 2024, seguido de controle álgico satisfatório. Atualmente, em seguimento ambulatorial.

Discussão: A aortite é uma importante forma de vasculite com risco significativo de complicações. Na aortite não infecciosa, o risco de complicações vasculares é elevado, havendo predileção pela aorta proximal e formação de aneurismas. A aortite ascendente não infecciosa isolada raramente é diagnosticada previamente à ocorrência de complicações, como aneurismas ou dissecções. Sendo assim, o envio de tecido aórtico para análise histopatológica deve ser garantido. O diagnóstico quando não associado às complicações de ruptura ou dissecção, é achado incidental durante investigação de outras doenças. Devido a associação de pacientes com ACI e o risco aumentado para eventos aórticos subsequentes (novos aneurismas ou dissecções), é recomendável monitorização periódica com exames de imagem aórtica. Há evidências crescentes de que alguns pacientes com ACI podem se beneficiar de terapia imunossupressora.

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