INTRODUÇÃO: A pericardite aguda é a condição mais comum que afeta o pericárdio, caracterizada por um processo inflamatório com múltiplas causas, sendo as principais infecciosas e não infecciosas. A infecção viral e formas idiopáticas são responsáveis por cerca de 80 a 85% dos casos nos países desenvolvidos. Os sintomas incluem febre, dor muscular, dor retroesternal e atrito pericárdico. OBJETIVOS: Analisar o padrão de mortalidade por pericardite aguda, considerando as variáveis demográficas faixa etária, cor, sexo e nível de escolaridade, entre 2011 e 2020. MÉTODOS: Estudo quantitativo descritivo baseado em dados secundários do Sistema de Informação sobre Mortalidade (SIM) do Ministério da Saúde, disponíveis no DATASUS/Tabnet, coletados entre 18 de janeiro e 2 de fevereiro de 2025. Os dados foram agrupados por faixa etária, cor, sexo e escolaridade, entre 2011 e 2020. A análise estatística foi realizada com o software BioEstat 5.3 e o método ANOVA de dois critérios (teste t-student), permitindo a comparação entre as macrorregiões brasileiras. Os resultados foram apresentados por meio de medidas de frequência simples, relativa e coeficiente de mortalidade. RESULTADOS: Aproximadamente 53,70% dos óbitos por pericardite aguda ocorreram na região Sudeste, seguida por Nordeste (24,92%), Sul (10,32%), Norte (5,63%) e Centro-Oeste (5,42%). O sexo masculino registrou 59,12% dos óbitos, enquanto o feminino foi responsável por 40,88%. Quanto à cor, 48,91% dos óbitos foram de pessoas autodeclaradas brancas, 39,31% pardas, e 7,82% pretas. A maioria dos óbitos ocorreu em pessoas idosas (52,76%), especialmente na faixa etária de 60 a 69 anos (20,23%). Em adultos de 20 a 59 anos, ocorreram 41,50% dos óbitos, e em adolescentes e crianças, os números foram menores: 2,71% entre 10 a 19 anos, 2,40% entre menores de 9 anos, e 1,15% em menores de 1 ano. Em relação à escolaridade, a maioria dos óbitos ocorreu entre pessoas com 4 a 7 anos de estudo (25,13%), seguidas por 1 a 3 anos (20,44%), 8 a 11 anos (18,77%) e sem escolaridade (12,83%). CONCLUSÃO: Os óbitos por pericardite aguda afetam principalmente a população idosa, especialmente entre 60 e 69 anos, e têm uma distribuição equilibrada entre os sexos. A prevalência de óbitos é maior entre pessoas autodeclaradas brancas e pardas, com maior incidência entre aqueles com baixa escolaridade ou sem escolaridade formal, particularmente entre os que têm entre 1 a 11 anos de estudo.