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TRABALHOS APROVADOS > RESUMO

Pericardite Constritiva Simulando Hepatopatia crônica (Cirrose).

Aline Ayumi Ogusco, Fernanda Malvestio de Faria, Gustavo Liberalino da Nóbrega Santos, Caio Saad de Biazi, Thiago Yuzo Hazuma, Lucas Henrique Faria Rosa, Luiz Otávio de Oliveira Filho, Mariane Carvalho de Almeida, Dirceu Rodrigues Almeida
UNIFESP - Univers. Federal de São Paulo - São Paulo - SP - BRASIL

Introdução:  A pericardite constritiva determina uma síndrome restritiva cardíaca externa e consequente congestão visceral grave e progressiva. O diagnóstico é negligenciado e os pacientes são frequentemente diagnosticados como portadores de hepatopatias graves.

Relato de caso:  Masculino 47 anos, vem apresentando há 4 anos com intolerância aos esforços, aumento progressivo de volume abdominal, edema de MMII e de região escrotal e laboratoriais com disfunção hepática. Procurou diversas vezes serviços de saúde realizando várias paracenteses de alívio e tratamento com diuréticos. Foi encaminhado para o serviço de gastroenterologia o qual iniciou investigação de hepatopatia crônica inclusive com biópsia hepática e avaliação cardiológica para possível transplante hepático. No exame cardiológico constatou-se estase jugular 4+, sinal de Kussmaul, bulhas rítmicas e hipofonéticas. No exame abdominal presença de volumosa ascite e hérnia umbilical. Presença de varizes acentuadas, sinais de edema crônico e dermatite ocre em membros inferiores. O eletrocardiograma relevou baixa voltagem em todas as derivações com alterações difusas da repolarização. O rx de tórax demonstrou acentuada calcificação no pericárdio e derrame pleural direito. Análise do ecocardiograma foi limitada pela janela ecocardiográfica desfavorável com aumento dos volumes atriais, cavidades ventriculares normais e FE preservada e veia cava inferior dilatada sem variabilidade inspiratória. A RNM cardíaca revelou espessamento pericárdico com realce de padrão inflamatório sugestivo de pericardite constritiva. Realizado o cateterismo cardíaco direito com evidência de equalização das pressões diastólicas finais de VE e VD e sinal da raiz quadrada nas medidas de pressão do VD. Submetido a pericardiectomia anterior de nervo frênico a nervo frênico e em torno da entrada das veias cavas. Realizada o anatomopatológico da peça cirúrgica com sinais de calcificação extensa, ausência de sinais de malignidade, de granulomas e de necrose caseosa.  Paciente teve boa evolução e se encontra assintomático 3 meses após o tratamento cirúrgico.

Conclusão: A pericardite constritiva é uma doença curável com a pericardiectomia. Os médicos devem ter um alto índice de suspeição em pacientes que se apresentam com sinais e sintomas de hepatopatia crônica sem etiologia definida. Neste caso, a presença da estase jugular fixa, sinal de Kussmaul, eletrocardiograma de baixa voltagem e calcificação pericárdica no RX de tórax foram suficientes para o diagnóstico da pericardite constritiva como causa da suposta hepatopatia crônica.

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