Introdução: A insuficiência cardíaca (IC) isquêmica é umas das principais causas de morbimortalidade no mundo. Ela é definida pela incapacidade do coração de exercer sua função de bomba, e, no caso da etiologia isquêmica, essa complicação é na maioria das vezes em decorrência de um infarto prévio (IAM), sendo esse uma das principais causas de morte no mundo. Portando, a análise do perfil de IC isquêmica no Brasil e nos Estados Unidos (EUA) é essencial para entender diferenças na prevalência, tratamento e desfechos da doença. Nos EUA, há maior acesso a tecnologias avançadas, mas persistem desigualdades nos atendimentos. No Brasil, o sistema único de saúde (SUS) presume assistência universal, mas enfrenta desafios como limitações estruturais e desigualdade regional. Comparar os dois países permite identificar fatores que influenciam a progressão da IC, contribuindo para políticas de saúde mais eficazes e estratégias de manejo que melhorem a qualidade de vida dos pacientes. Métodos: Trata-se de um estudo epidemiológico e retrospectivo com dados projetados pelo estudo Global Burden de 2011 a 2021, analisando a prevalência de IC por etiologia isquêmica no Brasil e nos EUA. As variáveis consideradas foram nacionalidade, sexo e faixa etária. Resultados: Os casos totais foram de 5.232.947 nos EUA e 1.318.673 no Brasil, sendo 74,8% maior nos EUA. Nos EUA, 51,9% dos casos ocorreram em homens e 48,1% em mulheres. No Brasil, os homens representaram 52,4% dos casos e as mulheres 47,6%. A distribuição por idade nos EUA mostrou 39,2% dos casos na faixa de 80+ anos, 15,6% entre 70-74 anos e 14,3% entre 75-79 anos. No Brasil, 27,8% dos casos estavam na faixa de 80+ anos, 15,9% entre 70-74 anos e 13,9% entre 75-79 anos. Entre 2011 e 2021, a prevalência aumentou 27,8% no Brasil, de 99.473 para 136.971 casos, e 21,4% nos EUA, de 442.312 para 537.019 casos. Conclusão: A prevalência total nos EUA foi aproximadamente quatro vezes maior do que no Brasil. O aumento dos casos ao longo dos anos foi maior no Brasil em termos percentuais, enquanto os EUA apresentaram um maior número absoluto de casos nos anos analisados. A prevalência em ambos os países é fortemente influenciada por fatores de risco comuns, como hipertensão, diabetes, obesidade e sedentarismo, que afetam principalmente os homens e idosos. O aumento do diagnóstico em ambos os países é impulsionado pelo envelhecimento da população e aumento da expectativa de vida. Já a disparidade proporcional entre os países reflete diferenças não só no tamanho populacional mas principalmente nas condições de saúde pública.