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Metástase cardíaca em paciente com câncer testicular

Oliveira MFRA, Amorim E F, Oliveira C D, Cunha A B N , Piscopo I C P, Damiao J H F, Accorsi TAD, Melo E S A
HOSPITAL ISRAELITA ALBERT EINSTEIN - - SP - BRASIL

Introdução:

O câncer testicular constitui a neoplasia maligna predominante entre homens jovens, apresentando elevada taxa de cura, em virtude dos avanços terapêuticos quimioterápicos. Este relato objetiva demonstrar a evolução clínica e radiológica de uma metástase cardíaca em paciente com neoplasia testicular, enfatizando as implicações terapêuticas e a importância do acompanhamento longitudinal.

Relato de Caso:
Homem, 26 anos, diagnosticado em janeiro de 2023 com neoplasia germinativa do testículo direito, sem comorbidades prévias. Em janeiro, realizou orquiectomia direita e iniciou quimioterapia com Etoposídeo e Cisplatina. Em julho de 2023, foi internado com dispneia classe funcional NYHA III.

A angiotomografia de tórax evidenciou uma formação sugestiva de trombo no átrio direito (4,3 x 3,6 cm), tromboembolismo pulmonar subsegmentar e progressão da doença. O ecocardiograma transtorácico confirmou uma massa hiperecogênica, séssil, próxima à veia cava superior, medindo 4,0 x 2,3 cm, com função ventricular preservada. A ressonância magnética cardíaca (Fig 1a) confirmou uma massa sólida no átrio direito (4,4 x 4,2 x 3,8 cm) e múltiplos nódulos pulmonares compatíveis com metástases.

Diante deste cenário, foi iniciado o protocolo VIP (vimblastina, ifosfamida e cisplatina) em 20 de julho de 2023, com acompanhamento quinzenal e ressonâncias mensais. Em setembro, a massa reduziu para 2,3 x 1,3 x 1,3 cm (Fig 1b), e os sintomas reduziram (NYHA II). Em novembro de 2023 (Fig 1c), após o último ciclo VIP, a ressonância mostrou uma lesão residual na aurícula do átrio direito, cerca de 1,7 cm, com predominância de necrose tumoral. O paciente permanecia hemodinamicamente assintomático. Em janeiro de 2024, a lesão mediu 1,6 cm (Fig 1d). Considerando o estado assintomático, marcadores tumorais negativos, ausência de captação de contraste e alto risco cirúrgico, optou-se por manejo conservador com manutenção da anticoagulação. Exames subsequentes demonstraram redução progressiva, sendo a última ressonância, em janeiro de 2025, de 1,1 cm, sem captação de contraste.

Conclusão:

Embora a metástase cardíaca do câncer testicular seja rara e de mau prognóstico, o protocolo VIP associado a anticoagulação demonstrou regressão significativa da lesão em curto prazo, sem prejuízo da função ventricular. O acompanhamento por ressonância permitiu uma abordagem conservadora segura, ressaltando a importância da monitorização contínua e do manejo multidisciplinar para otimizar os resultados terapêuticos.

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