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QT longo e Torsades de points recorrentes secundário a hipocalemia grave: Complicação severa após Cirurgia Bariatrica

Raoni de Castro Galvão
Centro de Ritmologia de Brasilia - Brasilia - DF - Brasil

A crescente prevalência da obesidade na população brasileira torna a Gastroplastia redutora um procedimento cada vez mais comum. No entanto deficiência nutricionais e distúrbios hidroeletrolíticos podem advir no pós-operatório destes pacientes. Relatamos um raro caso de hipocalemia grave gerando Síndrome de QT longo e Torsades de points e PCR em FV de modo recorrente.

Relato de caso: Trata-se de paciente de 59 anos, PO 2023 de cirurgia bariátrica, internação previa em 10/2024 por hipocalemia persistente, sem maiores complicações. Interna novamente em 01/2025 após sincope e diversos episódios de PCR em FV em unidade de saúde. Exames admissionais com K 2,0. Mg 1,6. ECG inicial com QTc de 540ms e traçados com TVNS polimórficas (fig1 e 2).

Fig 1 e 2: ECG inicial QTc 530ms e tira com Torsades de points

Realizado Holter 24h no segundo dia de internação com diversos episódios flagrados de TVNS e TVS polimórficas compatível com Torsades de points (fig3). QTc de 550ms. CATE sem anormalidades. ECO TT com FEVE 45%, hipocinesia difusa. Quadro controlado com infusão de Mg e reposição vigorosa de K EV sendo observado nítida interrupção das arritmias ventriculares. Após estabilização de K acima de 4,0, houve nítida redução de QTc ao ECG, 470ms após 8º dia (fig4). A paciente recebeu alta após 10 dias de internação estável, com reposição de K VO continua.

 

fig3: Traçado holter com episodio de TV polimorfica abortado

fig4: ECG final com redução de QTc 470ms e ausência de EVs

Discussão: A maior prevalência de obesos aliada a maior quantidade de cirurgias bariátricas deve nos alertar a deficiências nutricionais e distúrbios hidroeletrolíticos nesta população. A hipocalemia é uma rara complicação, no entanto de grande relevância por gerar quadros arrítmicos potencialmente fatais, como relatado acima. Em situações de emergência, medidas devem ser realizadas de imediato para estabilização clínica (invasivas ou não), justamente por ser uma causa reversível. Este relato reforça que a hipocalemia é uma complicação possível em pós-bariátricos, e o Cardiologista deve se atentar para complicações arritmogênicas decorrentes desta condição.

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