Introdução:A hipertensão arterial sistêmica(HAS) é definida como pressão arterial sistólica maior ou igual a 140 mmHg e/ou diastólica maior ou igual a 90 mmHg.A HAS causa alterações estruturais e funcionais em órgãos-alvos, como coração, cérebro, rins e vasos e é o principal fator de risco modificável com associação independente, linear e contínua para doenças cardiovasculares, doença renal crônica e morte prematura.A disfunção endotelial é um dos mecanismos essenciais envolvidos na hipertensão, prejudicando a capacidade dos vasos de regular a pressão, o que reduz a liberação de fatores vasodilatadores, além da ativação excessiva do sistema renina-angiotensina-aldosterona, um potente vasoconstritor. Ademais, o sistema nervoso contribui para a hipertensão arterial, com a inflamação crônica aumentando a atividade simpática, o que gera vasoconstrição.Métodos:Estudo de caráter epidemiológico, descritivo e transversal. Foi realizada coleta de dados através do banco informativo de saúde DATASUS(TABNET), correspondente às internações de pacientes com hipertensão primária no Estado de São Paulo entre 2019 a 2023. As variáveis utilizadas são: raça/cor, sexo e faixa etária.Resultados:Entre 2019 e 2023, observou-se significativa redução de internações desde 2019,ano que atingiu um total de 9.245 internações.Dessa maneira, os anos seguintes apresentaram valores inferiores semelhantes de pacientes admitidos por hipertensão primária. A faixa etária com maior incidência de internações foi entre 60 a 69 anos, em todos os anos analisados, representando24,74% do total de internações, seguida de 70 a79 anos, a qual corresponde 21,20% dos pacientes acometidos, 50 a 59(19,86%) e por fim 80 anos e mais(12,57%).O maior número de casos foi identificado entre o sexo feminino(52,39%), apesar de apresentar significativo declínio de admissões desde o ano de 2019, o qual registrou o maior número de mulheres internadas.O número de internações do sexo masculino também apresentou redução desde 2019.Sobre a cor que majoritariamente sofreu mais internações no período, os indivíduos brancos representaram 48,41% do número total, seguidos pelos pardos(27,6%), pretos(6,85%), amarelos(0,87%) e indígenas (0%).Conclusões: Este estudo evidenciou uma redução significativa nas internações por hipertensão primária entre 2019 e 2023, com maior incidência em mulheres (52,39%) e na faixa etária de 60 a 69 anos(24,74%).Esses dados reforçam a importância de políticas públicas direcionadas à prevenção e ao controle da hipertensão, com impacto positivo na economia nacional e no Sistema Único de Saúde.