Resumo: A oclusão coronariana é uma complicação que pode ocorrer durante implante percutâneo de valva aórtica (TAVI) que pode chegar a ser mortal (até 50% de mortalidade), embora sua incidência seja inferior a 1%. Uma das estratégias usadas para prevenir esta complicação é a proteção coronariana (Chimney Stenting) nos pacientes com alto risco anatômico (valve in valve, junção sinotubular estreita, altura coronariana baixa).
Métodos: Relatamoso caso de uma paciente de 72 anos, hipertensa, diabética, doença renal crônica, revascularização miocárdica com troca valvar aórtica há 5 anos. Interna com quadro de dispnéia aos mínimos esforços, ortopneia e dispnéia paroxística noturna com início há 30 dias e piora nos últimos 7 dias. Durante investigação foi realizado ecocardiograma transesofágico que evidenciou disfunção grave da prótese biológica em posição aórtica, com FE preservada. Calculado risco cirúrgico pelo escore STS de 8,6%, sendo indicado a TAVI. Possuia alto risco anatômico para oclusão coronariana(valve in valve, junção sinotubular estreita, altura coronariana baixa). Optado por proteção coronariana bilateral durante implante percutâneo da valva aórtica, com necessidade de implante dos stents devido oclusão das coronárias imediatamente após expansão da prótese. Paciente evoluiu bem após procedimento, recebendo alta no 3º dia pós-operatório e segue em acompanhamento ambulatorial.
Conclusões: Nosso caso mostra a importância da proteção coronária nos pacientes submetidos a TAVI e que possuem alto risco para oclusão coronariana. Descrevemos o caso de uma paciente que apresentava todos os fatores de riscos para oclusão coronariana e que ao final da liberação da prótese aórtica, foi realizado o implante dos stents visto a oclusão imediata dos óstios da coronária direita e do tronco da coronária esquerda.
