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TRABALHOS APROVADOS > RESUMO

Aplicabilidade do metotrexato em pacientes pós transplante cardíaco

N. C. Souza, A. Carbonera, F. G. Marcondes-Braga, L. Seguro, S. Mangini, M. Avila, I. W. Campos, G. Aulicino, F. Bacal
INSTITUTO DO CORAÇÃO DO HCFMUSP - - SP - BRASIL

Introdução:

O metotrexato é uma medicação utilizada em alguns cenários no pós transplante cardíaco, como em pacientes com rejeição celular ou humoral. Porém, há uma escassez de dados na literatura sobre sua aplicação. O objetivo desse trabalho é descrever e analisar a aplicabilidade e a segurança do uso do metotrexato em pacientes após transplante cardíaco.

Métodos:

Incluídos pacientes adultos submetidos a transplante cardíaco, que fizeram uso de metotrexato no período de 2015 a 2024 no pós transplante. Realizada análise retrospectiva, com busca em banco de dados e prontuário eletrônico. 

Resultados:

Houve 51 registros de uso de metotrexato no período, em 48 pacientes. 74% eram do sexo masculino, 68% de raça branca. A média de idade foi de 38 anos. 94% estavam em uso de tacrolimus e 98% em uso de micofenolato. As etiologias da cardiopatia de base mais frequentes foram chagásica (29%) e dilatada idiopática (29%). O tempo médio de uso foi de 8 semanas. 

Os motivos para uso do metotrexato foram: rejeição celular persistente (29 casos), controle de donor specific antibody - DSA (11 casos) e rejeição humoral (11 casos). 

Um paciente cursou com reativação de citomegalovírus durante o uso, sendo necessária a suspensão da medicação. Em 4 casos (8%), foi necessária a suspensão devido a infecção, e uma paciente evoluiu a óbito devido a choque séptico de foco pulmonar. 2 pacientes (4%) tiveram o metotrexato suspenso devido a efeitos colaterais gastrointestinais. Em um paciente, foi necessária a suspensão por leucopenia e úlceras orais. Não houve casos de hepatotoxicidade. 

Dos pacientes que utilizaram o metotrexato para controle de rejeição celular persistente, 65% (19 casos) apresentaram melhora no grau de rejeição na biópsia de controle. Não houve óbitos. Dos 11 que receberam para controle de DSA, 45% evoluiu com queda nos títulos de MFI, e um ainda está em uso da droga. Foram relatados 11 casos de uso do metotrexato após episódio de rejeição humoral, como quarta droga após a alta. 8 (72%) pacientes tinham biópsia compatível com rejeição humoral, e, destes, 37% tiveram melhora do padrão. Houve um óbito ainda em uso da medicação, de causa não definida. 

88% dos casos (45 pacientes) tinham fração de ejeção do ventrículo esquerdo (FEVE) preservada (≥ 50%) desde o início do tratamento, com manutenção após. 11% tinha disfunção ventricular esquerda, sem recuperação significativa (≥ 10%). Não houve queda importante da FEVE em nenhum paciente. 

Conclusão:

O metotrexato foi uma droga segura e com aplicabilidade para rejeição celular, rejeição humoral e controle de DSA.

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